Brasil envia carta a membros do G20 e pede "amplo consenso" na substituição de Strauss-Kahn
O Governo brasileiro enviou, quinta-feira, uma carta aos restantes membros do G20 onde apela que o sucessor de Dominique Strauss-Kahn à frente do Fundo Monetário Internacional seja eleito por "amplo consenso" entre todos os membros.
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"A selecção deve ser baseada no mérito, independentemente da nacionalidade. Já passou o tempo em que podia ser remotamente apropriado reservar este importante cargo para um cidadão europeu", refere a carta enviada pelo ministro das Finanças, Guido Mantega, aos seus pares, indicou o Governo em comunicado.
Guido Mantega salientou também que Strauss-Kahn "ainda não renunciou" e que "tem direito sem restrições à defesa" das acusações que lhe foram feitas pelo alegado ataque de abuso sexual a uma empregada de um hotel em Nova Iorque, motivo pelo qual está preventivamente detido.
"Se o FMI quer ter legitimidade, o seu director geral deve ser escolhido apenas depois de uma ampla consulta com os países membros (...) a selecção deve der baseada no mérito e isso significa que nenhuma nacionalidade pode ser excluída", prossegue a missiva.
O ministro brasileiro também que a sucessão de Dominique Strauss-Kahn não seja concretizada de forma "precipitada" pese embora a pressa "compreensível" de alguns países europeus.
Guido Mantega defendeu também que a eleição do novo dirigente máximo do FMI deve "assegurar a representatividade e a legitimidade" da instituição e considerou que qualquer pessoa que venha a ser escolhida deve ser "altamente qualificada" e com uma experiência e uma "sólida" formação técnica e política.
"Também deve representar um número mais alargado de países membros, ser aberto à necessidade de mudanças e reformas e capaz de compreende a ampla variedade de desafios a enfrentar nas diversas partes do mundo", afirmou.
Com sede em Washington, o FMI indicou domingo que o número dois de Strauss-Kahn, o norte-americano John Lipsky assumia temporariamente os destinos da instituição.