O ex-Presidente Lula da Silva toma posse esta manhã, em Brasília, como ministro da Casa Civil, entre protestos pró e contra o Governo um pouco por todo o país.
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A cerimónia está agendada para as 10:00 horas (13:00 em Lisboa).
Na quarta-feira, alguns dirigentes do Partido dos Trabalhadores, de que Lula da Silva é o líder histórico, chegaram a veicular que a cerimónia apenas se realizaria na terça-feira da próxima semana.
Serão igualmente empossados os novos ministros da Justiça, Eugénio Aragão, da Secretaria de Aviação Civil, Mauro Lopes, e ainda o chefe de Gabinete Pessoal da Presidência da República, Jaques Wagner.
As nomeações ocorrem em clima de protestos um pouco por todo o país, numa altura em que a Presidente Dilma Rousseff arrisca a abertura de um processo de impugnação.
Os manifestantes estão contra a escolha de Lula da Silva, investigado no âmbito da Operação Lava Jato, para ministro, o que confere ao ex-Presidente foro privilegiado, podendo apenas ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal.
Os protestos acontecem também depois de terem sido divulgadas gravações de escutas de conversas entre Dilma Rousseff e Lula da Silva, em que a Presidente diz ao seu antecessor que mandou alguém entregar o termo de posse do ex-Presidente como ministro, para o caso de ser necessário.
As conversas foram gravadas pela Polícia Federal com autorização judicial antes de a Presidente anunciar publicamente que o ex-chefe de Estado seria ministro chefe da Casa Civil.
A Polícia Federal diz que as escutas demonstram a tentativa da Presidente de interferir nas investigações.
"Uma vez que o novo ministro, Luiz Inácio Lula da Silva, não sabia ainda se compareceria à cerimónia de posse coletiva, a Presidente encaminhou para sua assinatura o devido termo de posse. Este só seria utilizado caso confirmada a ausência do ministro", justificou a Presidência.
Na quarta-feira, houve protestos em várias cidades do país, incluindo em frente ao Palácio do Planalto, a sede do Governo, onde os manifestantes tentaram entrar e onde também se registaram animosidades entre manifestantes pró e contra Dilma.
Esta manhã, manifestantes pró e contra o Governo permanecem no local.