Juliana Marins, a mulher brasileira que morreu durante um percurso junto a um vulcão na Indonésia, resistiu durante 32 horas e sofreu uma segunda queda antes de ser encontrada sem vida. As conclusões constam de uma segunda autópsia, agora feita no Brasil.
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Numa conferência de Imprensa, para apresentar os resultados de uma segunda autópsia ao corpo de Juliana, a irmã da publicitária, Mariana, e os profissionais que realizaram o exame ao corpo apontaram que é possível estimar que a mulher esteve viva cerca de 32 horas depois de ter sofrido uma primeira queda, descendo cerca de 220 metros.
Mariana Marins contou que a irmã morreu depois de ter voltado a cair, deslizando de costas cerca de 61 metros até bater de frente, com o peito no chão, o que lhe causaria as lesões internas apontadas para a causa da morte. Terá resistido apenas 15 minutos depois da segunda queda.
Reginaldo Franklin, da Polícia Civil brasileira, explicou que a análise ao corpo permitiu determinar a hora da morte de Juliana, 12.15 horas do dia 22 de junho, o que permite afirmar que resistiu 32 horas até morrer. Uma morte "hemorrágica, sofrida", acrescentou Nelson Massini, perito particular que também acompanhou os exames.
A mulher, que estava a fazer uma viagem por vários países asiáticos, escorregou e caiu cerca das 17 horas do dia 20 de junho. A primeira equipa de resgate foi ativada para o parque cerca de duas horas depois, tendo saído da base quatro horas depois da queda. "Dezoito horas depois da queda, a equipa de resgate do Basarnas (Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia) conseguiu descer 150 metros de rapel, mas Juliana estava num ponto mais abaixo na montanha", explicou Mariana Marins. A irmã explicou que o último registo fotográfico de Juliana com vida foi feito às 6.59 horas do dia seguinte, por um drone.
Durante a conferência de Imprensa, os peritos explicaram as dificuldades desta segunda autópsia, agora feita no Brasil, devido ao estado do corpo, já embalsamado, que tornou mais complexos os procedimentos para apurar as causas e as horas da morte de Juliana.
Na sequência de uma primeira autópsia, realizada na Indonésia, as autoridades tinham afirmado que Juliana tinha morrido 20 minutos depois de cair, devido a um traumatismo torácico, que causou lesões em vários órgãos e hemorragia interna.
Natural de Niterói, Rio de Janeiro, a jovem estava num grupo de cinco turistas para conhecer o Monte Rinjani, a mais de três mil metros de altura. A ilha de Lombok é um destino turístico conhecido pelas suas praias paradisíacas e paisagens verdes. Muitos visitantes tentam escalar o Monte Rinjani, o segundo vulcão mais alto da Indonésia, atraídos pela sua vista panorâmica.