"Sim, voltaria a fazê-lo de novo", disse Anders Behring Breivik, sobre o seu ataque de julho passado, que considerou ter sido o "mais sofisticado e espetacular na Europa desde a Segunda Guerra Mundial".
Corpo do artigo
No segundo dia do julgamento, em Oslo, o autor confesso do ataque de 22 de julho de 2011, do qual resultaram 77 mortos, voltou a repetir a saudação de extrema direita, tal como fez na segunda-feira.
O advogado de defesa, Geir Lippestad, indicou que o testemunho de Anders Behring Breivik seria difícil de ouvir. E, depois de pedir autorização ao tribunal, o norueguês de 33 anos começou a ler uma declaração.
Breivik rejeitou que tenha alguma perturbação mental e mostrou-se orgulhoso dos seus atos: "Executei o ataque político mais sofisticado e espetacular da Europa desde a Segunda Guerra Mundial".
"Sim, voltaria a fazê-lo de novo, porque foram atos motivados pelo bem e não pelo mal", admitiu.
"Os ataques de 22 de julho foram preventivos e em defesa dos noruegueses", frisou, já perto do fim de uma intervenção que se prolongou cerca de uma hora. "Uma pequena barbárie é totalmente necessária para evitar uma barbárie muito maior", justificou, considerando que os jovens que morreram na ilha de Utoya "não eram inocentes, eram ativistas políticos que defendiam o multiculturalismo".
"Se alguém está errado são os sociais-democratas e os marxistas que querem transformar o seu país numa sociedade multicultural sem consultar o povo", defendeu.
"É democrático que o povo norueguês nunca tenha sido consultado por referendo sobre se podia aceitar tantos estrangeiros (...) ao ponto de ser uma minoria no seu próprio país?", questionou.
O autor confesso dos ataques voltou a acusar os imigrantes muçulmanos de violação e agressão ao "desprezarem" a sociedade norueguesa.
Breivik considerou ainda que "ficar detido para o resto da vida ou morrer como um mártir pelo seu povo é a maior honra. É um dever".
"Agi numa situação de emergência em nome do meu povo, da minha cultura e do meu país. Por isso, peço a minha absolvição", acrescentou.
Antes do depoimento de Breivik, o jurado adjunto Thomas Indreboe foi afastado do processo, a pedido da acusação e da defesa, por ter reconhecido que exigiu a pena de morte para o acusado após os ataques de julho de 2011, numa declaração escrita na internet.