Anders Behring Breivik, autor confesso dos ataques de julho de 2011 na Noruega que fizeram 77 mortos, pretende intervir após a leitura do veredito do julgamento, prevista para sexta-feira em Oslo, Noruega, divulgou esta quarta-feira um dos seus advogados.
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Em declarações à comunicação social, Geir Lippestad indicou que o extremista de direita preparou comentários e que pretende divulgar essas notas diante dos cinco juízes do tribunal de primeira instância de Oslo.
Na sexta-feira, os juízes do tribunal de Oslo vão anunciar se consideram Breivik criminalmente responsável ou inimputável, decisão que será crucial para determinar se o extremista de direita será condenado a uma pena de prisão ou ao internamento psiquiátrico para receber tratamento, possivelmente até ao final da vida.
"Ele quer ser declarado responsável", disse Geir Lippestad, ao diário Aftenposten.
"Ele refletiu sobre aquilo que pretende dizer aos juízes e, portanto, preparou algumas linhas para a ocasião", acrescentou o advogado.
Não é certo que o tribunal de Oslo autorize a intervenção do extremista de direita.
Outro advogado responsável pela defesa do extremista indicou também hoje que Breivik está a trabalhar numa autobiografia.
"Diz que está a trabalhar numa autobiografia e que vai incluir mais informação do que aquela que forneceu à polícia", afirmou Tord Jordet, um dos advogados auxiliares da defesa, em declarações ao diário norueguês VG.
A obra, a lançar até ao primeiro semestre de 2013, poderá incluir informações sobre os Cavaleiros Templários, organização mencionada regularmente pelo extremista, mas que a polícia não conseguiu provar a existência.
O livro, segundo o mesmo advogado, irá abordar a vida do extremista desde 2002 e será redigido em inglês.
Breivik foi o autor do atentado à bomba contra a sede do Governo norueguês e de um tiroteio na ilha de Utoya, perto de Oslo, a 22 de julho do ano passado. Os dois ataques causaram 77 mortos, na maioria jovens que participavam num acampamento da Juventude Trabalhista, na ilha.
Breivik, opositor da multiculturalidade e da "invasão muçulmana" na Europa, sempre reconheceu a autoria dos ataques, mas nunca se declarou culpado.
Durante o julgamento, que durou 10 semanas e foi concluído a 22 de junho, o extremista afirmou que queria ser considerado mentalmente capaz, para que os seus ideais não fossem invalidados por um diagnóstico de demência.
Ainda na sala de audiências, Breivik assumiu que a pena de morte ou a absolvição eram os únicos vereditos justos para o seu julgamento.