Britânico desaparecido durante seis anos confessa que mentiu sobre fuga para "proteger mãe e avô"

Alex Batty desapareceu numas férias com a mãe e o avô quando tinha 11 anos
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O adolescente britânico Alex Batty revelou que mentiu sobre os detalhes da sua fuga para proteger a mãe e o avô da Polícia.
De regresso ao Reino Unido, após ter sido encontrado em França seis anos depois de desaparecer, Alex Batty, agora com 17 anos, falou muito sobre a sua fuga e o que o levou a partir. Inicialmente, o adolescente disse à Polícia que decidiu fugir quando a mãe anunciou que queria levá-lo para a Finlândia. Em entrevista ao jornal britânico "The Sun", porém, explicou que inventou uma história sobre uma viagem de quatro dias, esperando que isso impedisse a Polícia de perseguir a mãe e o avô.
O jovem explicou que começou a ter dúvidas sobre o estilo de vida nómada em que vivia aos “14 ou 15 anos”. As ambições futuras de ir para a faculdade para estudar francês e ciência da computação estimularam a sua decisão de abandonar o seu modo de vida nos Pirenéus franceses.
“Tenho mentido para tentar proteger a minha mãe e o meu avô, mas percebo que serão provavelmente apanhados de qualquer forma”, afirmou. "Não me perdi. Sabia exatamente para onde estava a ir", acrescentou, descrevendo a sua jornada como uma caminhada de dois dias, primeiro até a cidade de Quillan para fingir pedir informações, depois em direção a Toulouse.
Alex Batty voltou agora a viver novamente com a avó em Oldham. “Estar com a minha avó outra vez é bastante surreal", disse.
"Durante todo o período de seis anos, fiz um amigo"
Aos 11 anos, Alex Batty, que estava sob a tutela da avó Susan Caruana, foi alegadamente raptado pela mãe, Melanie Batty, e pelo avô, David Batty. O menino desapareceu após umas férias em Málaga com a mãe e o avô, autorizadas pela avó devido à sua saúde precária que a impediu de o fazer sozinha.
“Nos primeiros anos, quando estive em Espanha, eram realmente férias, passava a maior parte dos dias a fazer o que queria, a ler, a desenhar, a ir à praia", contou Alex Batty, acrescentando que começou a a fazer trabalhos de construção, decoração e pintura de paredes aos 14 anos.
“Para ser honesto, eu tinha uma vida social inexistente”, continuou, acrescentando que não foi à escola e, em vez disso, aprendeu línguas e estudou matemática e computação quando encontrou um livro didático. “Durante todo o período de seis anos, fiz um amigo e foi a única pessoa que realmente conheci durante os seis anos que tinha quase a minha idade".
Sobre a mãe, o jovem disse que era uma "ótima pessoa", mas não uma "ótima mãe". "Tive uma discussão com minha mãe e pensei em ir embora porque não podia morar com ela", afirmou. “Percebi que não era uma boa forma de viver para o meu futuro. Sem amigos, sem vida social. Trabalhar, trabalhar, trabalhar e não estudar. Essa é a vida que imaginei que teria se ficasse com a minha mãe".
Deixou bilhete de despedida
Segundo o "The Sun", Alex Batty deixou a casa onde vivia perto de Chalabre, no sul de França, e deixou um bilhete de despedida na segunda-feira da semana passada. Foi encontrado por um condutor na cidade de Revel.
Batty foi criado pela mãe e pela avó materna desde os dois anos, quando o pai saiu de casa. Antes deste desaparecimento, já tinha sido levado duas vezes pela mãe para viver no Marrocos durante vários meses, causando conflitos com a avó.
A polícia está a investigar o paradeiro de Melanie Batty.

