A Comissão Europeia anunciou que vai investigar as "condições degradantes" que se verificam nos centros de acolhimento de imigrantes, incluindo os da ilha italiana de Lampedusa e admite medidas contra o governo de Roma.
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"Já iniciámos as investigações sobre as condições degradantes em muitos centros, incluindo os de Lampedusa", disse Cecilia Malmstroem, a comissária europeia para os Assuntos Internos, através de uma série de mensagens na rede social Twitter.
A ilha de Lampedusa tem sido utilizada como ponto de chegada para os imigrantes que cruzam o Mediterrâneo em condições precárias, tendo 300 pessoas morrido em setembro, vítimas do naufrágio de uma embarcação.
"A União Europeia está empenhada em apoiar a Itália a receber os imigrantes, mas o acolhimento tem de ser feito em condições decentes", escreveu Cecilia Malmstroem.
"Não vamos hesitar em aplicar procedimentos (a Itália) para garantirmos que os padrões e as obrigações da União Europeia são respeitados", escreveu ainda a responsável para os Assuntos Internos da União Europeia.
Um vídeo difundido por uma televisão italiana e que mostra imigrantes no centro de acolhimento de Lampedusa a despirem-se e a serem desinfestados está a causar indignação, com o procedimento a ser comparado a um campo de concentração.
Nas imagens, difundidas pela cadeia de televisão estatal RAI2, vê-se alguns imigrantes a despirem-se até ficarem nus frente aos companheiros de viagem e depois a serem desinfestados, na rua e em pleno inverno.
De acordo com os dados que foram anunciados em outubro, mais de 13 mil pessoas pediram asilo em Lampedusa desde o princípio do ano.