Os governos grego e búlgaro inauguraram hoje um gasoduto entre os dois países vizinhos, concebido para diversificar as fontes de abastecimento da Bulgária, um país há muito dependente do gás russo.
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Tal como a Polónia e a Finlândia, a Bulgária foi privada de gás russo, em abril, por se ter recusado a pagar as entregas da Gazprom em rublos, a moeda russa, uma exigência de Moscovo em resposta às sanções decretadas pelo Ocidente por ter invadido a Ucrânia.
Este gasoduto "marca os esforços para a independência energética" dos países da região, disse o primeiro-ministro búlgaro cessante, Kiril Petkov, na cerimónia realizada em Komotini, no norte da Grécia, citado pela agência francesa AFP.
Petkov disse que o projeto "ficará na História" e agradeceu ao seu homólogo grego, Kyriakos Mitsotakis, pela ajuda na conclusão do projeto, que data de há vários anos.
O projeto do gasoduto de 182 quilómetros de comprimento entre Komotini e Stara Zagora, na Bulgária, foi concebido em 2009, mas a sua construção só começou em 2019.
O gasoduto destina-se a permitir à Bulgária ligar-se através da Grécia ao gasoduto Tanap/Tap para receber gás azeri transportado do Mar Cáspio para a Europa Ocidental.
O gasoduto também vai transportar gás de outras fontes, nomeadamente através do futuro terminal grego em Alexandropoulis (nordeste) para entregas da Argélia ou do Qatar, ou o de Revithussa (Grécia), que já se encontra em serviço.
Com um custo de 220 milhões de euros, o gasoduto tem uma capacidade de 3.000 milhões de metros cúbicos, que pode ser aumentada para 5.000 milhões.
Além de ter desencadeado uma guerra que entrou hoje no 135.º dia, a invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro, provocou uma subida de preços da energia e uma crise alimentar a nível global.