A justiça búlgara decidiu extraditar para França o cidadão francês Fritz-Joly Joachin, próximo dos irmãos Kouachi, autores do ataque terrorista de 7 de janeiro contra a sede do semanário satírico Charlie Hebdo, em Paris.
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"Eu sou inocente. Eu vou regressar a França", declarou Fritz-Joly Joachin, detido a 1 de janeiro na fronteira turca e que admitiu conhecer os irmãos Chérif e Said Kouachi mas garantiu não estar associado à preparação do atentado.
O francês, de 29 anos, de origem haitiana e convertido ao Islão, assegurou que se dedicava ao negócio da compra e venda de roupa e calçado, tal como os irmãos Kouachi, com os quais tinha apenas "relações comerciais".
"A última vez que nos vimos foi em julho e, desde então, falámos por telefone duas ou três vezes", garantiu Joachin - que esteve até agora em prisão preventiva na Bulgária - numa entrevista emitida domingo pela rádio estatal búlgara BNR.
Todavia, um mandado de detenção emitido pela França acusava-o de "participação em grupo criminoso armado cujo objetivo é a organização de atos terroristas" e destacava que, antes da sua partida para a Turquia, a 30 de dezembro, Fritz-Joly Joachin havia estado várias vezes em contato com um dos dois irmãos, Chérif Kouachi".
Fritz-Joly Joachin foi interpelado a 1 de janeiro ao tentar passar de autocarro a fronteira búlgaro-turca com o filho de três anos, por haver uma ordem europeia por tentativa de sequestro da criança, com a qual, supostamente, pretendia viajar para a Síria, para se juntar aos 'jihadistas'.
O ataque contra o Charlie Hebdo, a 07 de janeiro, fez 12 mortos, sete dos quais jornalistas. No dia seguinte, uma polícia foi morta e, um dia depois, quatro judeus morreram numa tomada de reféns no supermercado de produtos judaicos Hyper Cacher.