As autoridades policiais de El Salvador fizeram buscas nos escritórios da empresa Mossack Fonseca no país e apreenderam equipamento informático.
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A informação foi anunciada pela Procuradoria-Geral salvadorenha no Twitter.
Na quarta-feira, as autoridades de El Salvador já haviam anunciado a abertura de uma investigação sobre se os 33 cidadãos identificados no âmbito do escândalo dos Documentos do Panamá teriam violado alguma lei.
O procurador estatal, Douglas Melendez, que visitou as instalações da empresa de serviços legais na sexta-feira, disse aos jornalistas que cerca de 20 computadores e várias quantidades de documentos foram confiscados, tendo sido questionados sete funcionários, que não chegaram a ser detidos.
A decisão de realizar as buscas foi tomada quando se aperceberam de que os funcionários da empresa estariam a retirar o logótipo da companhia do exterior do edifício.
"Vamos levar a cabo uma investigação completa, de acordo com a lei", acrescentou Melendez, que apelou às empresas que tenham tido negócios no passado com a Mossack Fonseca para que se chegassem à frente e falassem com as autoridades.
Os clientes salvadorenhos da empresa Mossack Fonseca usavam as companhias "offshore" para transacionar centenas de milhares de dólares, que serviam para comprar imobiliário em El Salvador "sob o radar das autoridades locais", revelou o jornal local "El Faro".
Uma investigação realizada por uma centena de jornais em todo o mundo sobre 11,5 milhões de documentos, ligados a quase quatro décadas de atividade da empresa panamiana Mossack Fonseca, revelou bens em paraísos fiscais de mais de 140 responsáveis políticos ou personalidades públicas.
Segundo o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, que reuniu para este trabalho 370 jornalistas de mais de 70 países, mais de 214 mil entidades "offshore" estão envolvidas em operações financeiras em mais de 200 países e territórios em todo o mundo.