Uma equipa de resgate portuguesa, composta por seis operacionais e dois cães, está a caminho da Turquia para ser integrada nas operações de socorro às vítimas do sismo, ocorrido na madrugada de segunda-feira. Os elementos das Associação Portuguesa de Busca e Salvamento são voluntários e contaram com a colaboração das entidades patronais para participar numa missão que se estenderá, pelo menos, pelos próximos sete dias.
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Fundamentais para o sucesso da ação de resgate serão as cadelas que integram a comitiva. Tracy, uma pastora belga, terá o seu batismo internacional, mas não será a primeira vez que estará num teatro de operações. Foi esta cadela que, entre outros casos, descobriu o cadáver de Fernando Ferreira, conhecido pela alcunha de "Conde", nas margens do Rio Ave, em Barco, em 2020. A vítima, de 63 anos, atirou-se ao rio, "em pânico, por se ver emboscado".
Everest é o nome da segunda cadela, da raça pastor alemão, que também está a caminho da Turquia.
Encontrar sobreviventes na área mais afetada
Ao JN, Pedro Baptista, da Associação Portuguesa de Busca e Salvamento, explica que, logo após o sismo que afetou a Turquia e a Síria, foi mostrada disponibilidade por parte de vários elementos para participar nas operações de socorro em curso. E acrescenta que, recentemente, a Embaixada da Turquia em Portugal solicitou o seu auxílio.
"O pedido foi respondido de imediato. Somos todos voluntários, mas contámos com a colaboração das entidades patronais, que nos dispensaram do trabalho", refere Pedro Baptista. Entre os elementos da Associação Portuguesa de Busca e Salvamento estão bombeiros, tratadores caninos e operadores de segurança.
A equipa de resgate viajou, na manhã desta sexta-feira, do Porto para Lisboa, de autocarro. Já a viagem para a Turquia será feita num avião fretado da Turkish Airlines. "Será um voo especial, pago pela companhia aérea e que permitirá ter os cães junto dos tratadores", descreve Pedro Baptista.
Após aterrar em Istambul, a equipa da Associação Portuguesa de Busca e Salvamento será encaminhada para a cidade de Adana. "É a zona mais afetada pelo sismo. O nosso objetivo é localizar sobreviventes entre os escombros e proceder ao seu resgate. Está previsto a missão durar sete dias, mas poderá prolongar-se", afirma Pedro Baptista.