
Foto: Heather Diehl/Getty Images via AFP
A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou, esta terça-feira, com uma maioria esmagadora a lei que obriga as autoridades a publicar os documentos relativos ao caso do bilionário pedófilo Jeffrey Epstein.
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A votação da Câmara sobre um projeto de lei que ordena ao Departamento de Justiça a divulgação de documentos relacionados com Epstein avançou, com 427 votos a favor e um contra, sendo o deputado republicano da Louisiana, Clay Higgins, o único voto dissidente.
Agora, a lei terá de receber o "sinal verde" do Senado. Em concreto, exige que o Departamento de Justiça - equivalente ao Ministério da Justiça - divulgue "todos os registos, documentos, comunicações e materiais de investigação não classificados na sua posse que se relacionem com a investigação e acusação de Jeffrey Epstein". "Isto inclui materiais relacionados com Ghislaine Maxwell [ex-companheira e Epstein, condenada por tráfico sexual], registos de voos e viagens, e pessoas nomeadas ou mencionadas (incluindo funcionários do governo) em ligação à investigação e acusação de Jeffrey Epstein", afirma o documento.
Um grupo de 218 legisladores de ambos os partidos tinha assinado uma moção para forçar o líder da maioria na Câmara dos Representantes, o republicano Mike Johnson, a convocar a votação.
O presidente norte-americano, Donald Trump, que manteve uma amizade com Epstein entre o final da década de 1980 e o início dos anos 2000, havia instado os republicanos a votarem contra o projeto, mas mudou de posição no fim de semana, encorajando os membros do seu partido a apoiar a lei e indicando que está disposto a assiná-la, um passo essencial para a implementação da mesma.
Essa mudança de posição, que democratas acreditam dever-se ao facto de Trump não querer ser visto como um "perdedor" no Congresso, coincide com o aumento da pressão pública após a divulgação, na semana passada, de cerca de 23.000 arquivos sobre o caso, incluindo os e-mails de Epstein, sugerindo que o agora presidente tinha conhecimento das suas atividades criminosas.
O presidente da Câmara dos Representantes, disse esperar que o texto da proposta seja alterado quando passar pelo Senado, o que poderia modificar a versão e prolongar o prazo de entrada em vigor.
"Esta legislação que será aprovada hoje é falível e deve ser alterada. A questão é: porque não o corrigimos aqui antes de aprovarmos? Porque os autores não o permitirão", disse Johnson antes da votação.
