O primeiro-ministro britânico, David Cameron, e a chanceler alemã, Angela Merkel, pediram, esta quinta-feira, "que se respeite a unidade territorial da Ucrânia" e expressaram o seu apoio a uma Ucrânia "unida e democrática".
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Numa conferência de imprensa conjunta em Londres, após uma reunião bilateral, ambos os responsáveis manifestaram a sua preocupação com a situação na região ucraniana da Crimeia, de maioria russófona, e onde ocorreram distúrbios, e pediram a Moscovo que colabore com o novo Governo de Kiev.
"É importante que a Rússia respeite a palavra dada. O mundo está a observar", declarou Cameron, enquanto Merkel sublinhava que o novo Governo de Kiev deve "refletir toda a Ucrânia".
A reunião dos dois líderes europeus decorreu um dia após os distúrbios em Simferopol, capital da Crimeia, e depois de, esta quinta-feira de manhã, um grupo armado ter tomado o controlo das sedes do parlamento e do Governo regional naquela cidade.
Em declarações à imprensa, Merkel considerou que "se deve preservar a unidade territorial da Ucrânia" e que o Presidente russo, Vladimir Putin, lhe disse que está de acordo com isso.
"Faremos tudo o que pudermos para ajudar o Governo da Ucrânia", disse Merkel, num discurso muito semelhante ao do primeiro-ministro britânico.
Cameron indicou ainda que é a favor do reforço das relações entre a Ucrânia e a União Europeia (UE) e sublinhou que a população ucraniana tem direito a "viver numa sociedade democrática, sob o império da lei e sem que haja corrupção ou intimidação".
A chanceler alemã realizou esta quinta-feira uma visita de trabalho de um dia ao Reino Unido, durante a qual proferiu um discurso nas duas câmaras do parlamento britânico, manteve uma reunião com Cameron e a seguir foi tomar chá com a rainha Isabel II, no palácio de Buckingham.
Na reunião com o chefe do executivo britânico, Merkel instou o Reino Unido a permanecer na União Europeia mas minimizou as expectativas de David Cameron de que a sua visita a Londres anunciasse reformas profundas.
Cameron deseja uma revisão dos tratados da UE antes de realizar um referendo sobre a continuação do Reino Unido na Europa comunitária, em 2017.
Merkel disse, no seu discurso no parlamento, que o Reino Unido e a Alemanha partilham o objetivo de uma "forte e competitiva" UE que foi o "modelo para outras regiões do mundo".
"Para manter este objetivo, precisamos de um Reino Unido forte, com uma voz forte dentro da União Europeia", disse a chanceler alemã em inglês, depois de fazer a maior parte do discurso em alemão.