
Reino Unido pode ter que enfrentar nova recessão
Suzanne Plunkett/REUTERS
O primeiro-ministro britânico exortou esta quarta-feira os britânicos a "rejeitar o pessimismo", embora tenha reconhecido o risco de uma nova recessão mundial durante o discurso de encerramento do congresso do partido Conservador em Manchester.
"Vamos rejeitar o pessimismo. Vamos buscar o optimismo do posso-fazer", apelou David Cameron aos militantes, a quem pediu energia e vontade para "lutar por um futuro melhor".
O chefe do governo pediu esta atitude perante "a ameaça à economia mundial e ao Reino Unido", que considera "grave como foi em 2008 quando a recessão mundial surgiu".
"É uma altura preocupante", admitiu, referindo-se ao aumento dos preços da energia e da alimentação, do desemprego e dos cortes na despesa pública.
Cameron disse também que é "preciso dizer a verdade sobre a situação económica geral", afirmando que esta não é uma recessão normal, em que o crescimento regressa após um período mau, mas uma "crise de crédito".
"Foi causado por muito endividamento, por pessoas, bancos e, acima de tudo, governos", justificou.
E argumentou que os remédios habituais para as crises económicas, a redução de impostos e o aumento do investimento público "não funcionam porque resultam em mais dívida, o que tornaria a crise pior".
Por isso reiterou que o plano do governo para eliminar o défice e reduzir a dívida em quatro anos "é certo" e "vai funcionar".
Num discurso que abrangeu muitas áreas da política, David Cameron evocou a participação britânica na mudança de regime na Líbia e o prazo de retirada militar do Afeganistão em 2014.
A nível interno, reiterou, contra a vontade de alguns militantes, o projecto de uma linha ferroviária de alta velocidade, bem como a melhoria da rede de internet.
Prometeu investir 14 mil libras (16,2 mil euros) individualmente em alguns desempregados para os requalificar e fazer regressar ao mercado de trabalho, alegando que mais de um milhão de pessoas estavam indevidamente de baixa.
O primeiro-ministro revelou também que o governo está a preparar legislação para legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, um assunto pouco consensual entre conservadores.
