O primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou esta sexta-feira ter desbloqueado uma ajuda de 100 milhões de libras (137 milhões de euros) para enfrentar a crise humanitária motivada pelo êxodo dos sírios.
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"Posso anunciar que vamos disponibilizar 100 milhões de libras suplementares, elevando para mil milhões [de libras]" a contribuição do Reino Unido à crise humanitária síria, referiu.
"Esta é a maior resposta de sempre do Reino Unido face a uma crise humanitária. Nunca nenhum outro país europeu chegou perto desde nível de apoio", precisou durante uma conferência de imprensa em Madrid.
O primeiro-ministro britânico disse ainda que a maioria desde fundo extra, cerca de 60 milhões de libras, serão utilizados para fornecer ajuda aos sírios na Síria, enquanto a restante quantia será canalizada para os países vizinhos, caso da Jordânia e Turquia, que acolhem centenas de milhares de refugiados sírios.
Na conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro espanhol Mariano Rajoy, Cameron também rejeitou o sistema de quotas para acolher os migrantes e refugiados, e assegurou que o seu país apenas acolherá pessoas que estejam em campos de refugiados, e não as que tentem alcançar a Europa numa viagem que põe em perigo as suas vidas.
Na conferência de imprensa conjunta no Palácio de Moncloa, o chefe do Governo britânico reiterou que vai trabalhar "com a cabeça e o coração" face a este problema e prometeu que o Reino Unido será um "santuário" para os refugiados.
Mas esclareceu que apenas acolherá as pessoas provenientes de campos de refugiados, também para tentar dissuadir os refugiados que decidem fazer viagens que têm provocado "terríveis tragédias".
Durante a manhã, Cameron tinha já anunciado em Lisboa - onde debateu com o seu homólogo Pedro Passos Coelho a agenda de reformas que os conservadores britânicos pretendem acordar com os parceiros europeus - que o Reino Unido vai receber milhares de refugiados sírios a juntar aos 5 mil que já reinstalou, mas remeteu os pormenores para a próxima semana.
"Aceitámos 5 mil sírios e criámos um programa específico de reinstalação (...) Vamos aceitar mais milhares, com este sistema que já existe, e vamos manter o número em revisão", disse Cameron.
Cameron frisou que a estratégia do seu Governo vai continuar a ser a de "retirá-los dos campos de refugiados", para "lhes permitir uma rota mais direta e segura para o Reino Unido, em vez de arriscarem na perigosa viagem que tragicamente custou tantas vidas".
O primeiro-ministro britânico, que falava à imprensa em Lisboa, numa declaração sem direito a perguntas, tem sido crescentemente criticado na Europa e no Reino Unido, incluindo pela ala eurocética do seu partido Conservador, pela falta de iniciativa em face da crise migratória que a Europa atravessa.