O primeiro-ministro britânico, David Cameron, afirmou, esta terça-feira, que o Reino Unido quer manter "a relação mais estreita possível" com a União Europeia, acrescentando que a separação deve ser "tão construtiva quanto possível".
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Em declarações à chegada a Bruxelas para o Conselho Europeu que se inicia esta terça-feira, Cameron afirmou aos jornalistas que, apesar de o Reino Unido estar a sair da União Europeia (UE) "não pode voltar as costas à Europa".
"Estes países são nossos vizinhos, são nossos amigos, são nossos aliados, são nossos parceiros", continuou o primeiro-ministro demissionário, que deverá abandonar o cargo em outubro.
"Espero sinceramente que procuremos a relação mais estreita possível em termos de comércio, cooperação e segurança, porque é bom para nós e para eles".
Cameron, que liderou a campanha pela manutenção do Reino Unido na UE, está sob a forte pressão de outros líderes europeus para apressar os procedimentos de saída, acionando o artigo 50.º do Tratado de Lisboa.
O atual chefe do Governo britânico já disse, porém, que não quer ser ele a acionar este mecanismo - que inicia um processo com uma duração de até dois anos, estabelecida no Tratado -, sendo sua intenção deixar a formalização da saída para o seu sucessor.
A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou esta manhã em Berlim que o Reino Unido não deve contar com um tratamento especial, escolhendo o que quer manter e o que não quer, nas futuras negociações com a UE.
"Qualquer um que queira abandonar esta família não pode esperar ver-se livre de todas as obrigações e manter os privilégios", afirmou Angela Merkel, no Parlamento alemão.