Ricardo Nunes, atual presidente da Câmara Municipal de São Paulo, foi reeleito este domingo. Com 94% de apuramento, o candidato apoiado por Jair Bolsonaro ficou com 59% na segunda volta, enquanto Guilherme Boulos, aliado de Lula da Silva, conquistou cerca de 40% dos votos.
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Ricardo Nunes é autarca de São Paulo desde 2021, quando substituiu o então autarca de São Paulo, Bruno Covas, que faleceu na sequência de uma luta contra um cancro. É do partido Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e recebeu apoio do ex-presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.
O deputado federal Guilherme Boulos concorreu pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). O integrante do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto contava com o apoio de Lula da Silva e do Partido dos Trabalhadores.
Na primeira volta, Nunes teve 29,48% dos votos e Boulos angariou 29,07%. Em terceiro lugar ficou o ex-coach e influenciador de extrema-direita Pablo Marçal, do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro, com 28,14%. Tabata Amaral, do Partido Socialista Brasileiro, ficou com 9,91% e José Luís Datena, do Partido da Social Democracia Brasileira, conquistou 1,84% dos votos.
A vitória de Nunes já era apontada nas sondagens e, com a extrema-direita dividida na primeira volta entre o atual mandatário e Pablo Marçal, Boulos tinha pouco terreno para crescer.
A mais populosa cidade brasileira, com 11,4 milhões de habitantes, foi às urnas, assim como outros 50 municípios neste domingo. As disputas para o cargo de autarca nesses locais não tiveram um candidato que superou os 50% dos votos válidos na primeira volta, a 6 de outubro. O segundo turno é obrigatório nesses casos se a cidade tiver um número de leitores maior que 200 mil.
Denúncias do governador sobre o PCC
Em pleno dia de eleições, o também bolsonarista governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou que os serviços de inteligência da Polícia Militar do estado de São Paulo intercetaram conversas de membros da fação criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) a pedirem votos para Guilherme Boulos.
Contudo, o secretário nacional de Segurança Pública, Mario Sarrubbo, citado pelo portal G1, disse "a inteligência não detectou qualquer recomendação de facções para este ou aquele candidato neste segundo turno nas capitais". O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo afirmou também não ter recebido nenhuma informação oficial sobre essa denúncia.
O candidato do PSOL classificou a declaração do governador como "irresponsável", "mentirosa" e um "crime eleitoral". Boulos afirmou que a campanha entrou com uma ação por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação social contra Tarcísio de Freitas e Ricardo Nunes.
