Ekaterina Samutzevitch, membro do grupo 'punk' russo 'Pussy Riot', apelou a novas ações de protesto, horas depois de ter sido libertada, garantindo que a luta política não acabou.
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"Não acabámos e não vamos por termo à nossa luta política", declarou a jovem à cadeia norte-americana CNN, garantindo que o seu grupo pretende "agir para que eles [autoridades russas] não saibam dos nossos concertos com antecedência e nos prendam.
Ekaterina Samutzevitch, de 30 anos, Natália Tolokonnikova, de 22 anos, e Maria Alekhina, de 24 anos, foram condenadas em primeira instância a 17 de agosto a dois anos de prisão por "hooliganismo" e "incitamento ao ódio religioso".
As jovens foram condenadas depois de terem cantado, em fevereiro, uma canção contra o presidente russo, Vladimir Putin, na catedral de Cristo Salvador em Moscovo, o principal templo cristão ortodoxo na Rússia, perto do Kremlin.
O tribunal decidiu que a sentença de Ekaterina Samutzevich, de 30 anos, devia ser suspensa por ter sido impedida por guardas de participar no espetáculo na catedral.
Ekaterina garantiu à CNN que os esforços do poder russo para dividir os membros do grupo não vão funcionar e que as suas ideias não mudaram. "A situação no país desde o nosso concerto piorou e o nosso processo é prova disso", constatou.
A jovem realçou a necessidade de os russos compreenderem que por detrás da sua ação anti-Putin não está qualquer animosidade contra a religião. "Trata-se de uma ação política dirigida contra as autoridades, a convergência entre os poderes político e religioso e quero que as pessoas compreendam isso", concluiu.