Um cão morreu depois de viajar de avião, durante mais tempo do que estava previsto. O ministério Portos e Aeroportos e a Agência Nacional de Aviação Civil do Brasil estão a investigar o caso e anunciaram um grupo de trabalho para definir regras para o transporte de animais de estimação.
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Joca, de raça Golden Retriever, morreu depois de ser transportado de avião para o lugar errado, na segunda-feira de manhã. O dono do animal, João Fantazini Junior, saiu num voo de São Paulo com destino a Sinop, no Mato Grosso, ao fim de uma viagem de 2.45 horas, mas Joca foi encaminhado, por engano, para um voo até Fortaleza, no Ceará, passando 3.30 horas no ar. Depois, o animal, companheiro de João durante os últimos cinco anos, foi colocado de volta num voo rumo a São Paulo, cumprindo nova viagem de 3.30 horas. Quando chegou ao destino, às 16.20 horas, quase 12 horas depois do primeiro embarque, já estava morto.
"Estava previsto fazer um voo de 2.30 horas. Eles fizeram quase oito horas de voo com ele", lamentou o dono, em declarações à imprensa brasileira, que divulgou o caso esta semana. "Era um filho para mim", reagiu João, muito perturbado com o desfecho e com o sofrimento que o animal possa ter sentido antes de morrer. Na declaração de óbito, a causa da morte consta como paragem cardiorrespiratória por esclarecer.
Num comunicado sobre o sucedido, a companhia aérea responsável pelas ligações aéreas, a brasileira Gol, assumiu o erro do serviço de transporte de animais e indicou ter havido uma falha operacional e que, após a aterragem em São Paulo, foi surpreendida pelo falecimento do animal. Lamentando profundamente a perda de Joca, a empresa disse ainda que está a prestar apoio ao dono e a apurar o que aconteceu.
A família de Joca contactou as autoridades policiais, que registaram o caso como suspeita de crime de abuso sobre animais, diz o site G1, da rede Globo. E o ministro dos Portos e Aeroportos anunciou, na terça-feira à noite, que a pasta vai investigar a morte em conjunto com a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). De acordo com o ministério, os dois órgãos também anunciaram um grupo de trabalho para criar regras nacionais para o transporte de animais de estimação.