Capitão da equipa de râguebi 1995 diz que Madiba foi o ser "mais extraordinário"
François Pienaar, capitão da equipa de râguebi sul-africana que ganhou o título mundial em 1995, recebendo a taça das mãos de Nélson Mandela em Joanesburgo, considerou esta sexta-feira que "Madiba" foi "o mais extraordinário e incrível" ser humano.
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"Nelson Mandela ("Madiba") era o ser mais extraordinário e incrível, não apenas porque uniu o seu país quando essa tarefa parecia impossível, mas também porque, pela sua humanidade única, inspirou milhões de pessoas em todo o mundo", declarou Pienaar num comunicado.
Em 1995, a equipa capitaneada por François Pienaar foi pessoalmente acarinhada e incentivada por Nelson Mandela, então apenas há um ano eleito como o primeiro presidente negro da África do Sul.
Mandela encontrou na equipa de râguebi - um desporto na altura tradicionalmente ligado à minoria branca na África do Sul - uma forma de unir o país, dividido por séculos de segregação racial.
"Foi uma grande oportunidade e uma grande honra receber a taça Webb Ellis das mãos de Madiba ao terminar a final do Campeonato do Mundo de râguebi de 1995, no Ellis Park em Joanesburgo, criando uma imagem emblemática de realização nacional", disse o ex-jogador.
A história da ligação de Mandela à equipa de râguebi sul-africana de 1995 esteve na origem do filme "Invictus", realizado por Clint Eastwood em 2009.
"Estarei para sempre profundamente reconhecido a Mandela pelo papel pessoal que teve na minha vida, como presidente e como exemplo", acrescentou Pienaar.
A morte de Nelson Mandela, aos 95 anos, foi anunciada na quinta-feira à noite pelo Presidente da República da África do Sul, Jacob Zuma, motivando de imediato reações de pesar a nível mundial.
"A nossa nação perdeu o maior dos seus filhos", disse Jacob Zuma, anunciando que a bandeira sul-africana vai estar a meia haste a partir de hoje e até ao funeral de Estado, marcado para 15 de dezembro.
O Comité Nobel norueguês considerou hoje Nelson Mandela, que esteve preso quase trinta anos pela sua luta contra o regime "apartheid" da África do Sul, "um dos maiores nomes da longa história dos prémios Nobel da Paz".