A Venezuela anunciou, esta segunda-feira, ter desmantelado uma "célula criminosa" ligada à CIA, agência de serviços secretos externos dos Estados Unidos.
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Segundo Caracas, essa célula pretendia atacar o navio norte-americano atracado em Trindade e Tobago para manobras militares e, em seguida, incriminar do ataque o Governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
Num comunicado, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Yvan Gil, indicou ter informado a capital de Trindade e Tobago, Porto de Espanha, desta alegada "operação de bandeira falsa", um dia depois de o Governo chavista ter anunciado a detenção na Venezuela de "um grupo de mercenários" ligados à CIA.
Caracas considerou que a presença do USS Gravely é "uma provocação" que pode levar a "uma guerra".
"No nosso território, está a ser desmantelada uma célula criminosa financiada pela CIA e ligada a esta operação clandestina", sublinhou o chefe da diplomacia venezuelana.
"A célula queria incriminar a Venezuela, de forma a justificar uma agressão ao nosso país", acrescentou.
O presidente norte-americano, Donald Trump, aprovou há alguns dias operações clandestinas da CIA na Venezuela e está a equacionar a realização de ataques terrestres, no âmbito das operações de combate ao tráfico de droga no mar das Caraíbas.
Os Estados Unidos estão a efetuar, desde o início de setembro, ataques aéreos a embarcações alegadamente pertencentes a traficantes de droga, principalmente em águas das Caraíbas.
Até à data, Washington assumiu a responsabilidade por dez ataques que fizeram pelo menos 43 mortos, segundo uma contagem da agência de notícias France-Presse, com base em dados do Governo norte-americano.
Washington enviou sete navios de guerra para o mar das Caraíbas e um para o golfo do México, oficialmente no âmbito de uma operação antidroga, visando principalmente a Venezuela e o respetivo presidente, Nicolás Maduro.
Trump anunciou também a deslocação em breve para aquela zona do maior porta-aviões do mundo.
Um dos navios, o USS Gravely, chegou a Porto de Espanha no sábado e ali permanecerá até 30 de outubro, para exercícios conjuntos com as Forças Armadas de Trindade e Tobago.
Maduro, que nega as acusações de tráfico de droga, acusou na passada sexta-feira os Estados Unidos de "inventarem uma guerra eterna".
"Prometeram nunca mais entrar em guerra e estão a inventar uma guerra que nós vamos evitar", vincou.
