O porta-voz da Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, garantiu esta quinta-feira que a administração norte-americana está a trabalhar com o primeiro-ministro israelita para que Telavive aprove o acordo de cessar-fogo com o grupo islamita Hamas.
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“Vamos conseguir”, disse Kirby em declarações à televisão norte-americana NBC, insistindo que o acordo com o Hamas deve ser aprovado pelo Governo israelita e que o cessar-fogo deverá entrar em vigor a partir de domingo.
O porta-voz lembrou que a proposta aceite pelos dois lados na quarta-feira é semelhante à apresentada pelo Presidente norte-americano, Joe Biden, em maio do ano passado, referindo que na altura, o Hamas “colocou obstáculos” porque “não estava disposto a negociar de boa-fé”.
“O que mudou é que [o Hamas] está mais fraco agora. Está mais isolado agora, tem mais problemas, por isso está disposto a chegar a um acordo”, argumentou.
O porta-voz confirmou que o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, e a sua equipa, ajudaram a chegar ao acordo, mas rejeitou que deva ser dado crédito apenas ao Presidente cessante ou ao novo Presidente.
Os Estados Unidos e o Qatar, enquanto principais mediadores entre Israel e o Hamas, anunciaram na quarta-feira que as partes chegaram a um acordo para um cessar-fogo na Faixa de Gaza que inclui a libertação dos reféns sequestrados pelo grupo islamita a 07 de outubro de 2023, em troca de um número não especificado de prisioneiros palestinianos em Israel.
O Governo israelita não comentou o assunto na quarta-feira, mas hoje, o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, acusou o Hamas de “criar uma crise de última hora” e recuar nos entendimentos, adiando a ratificação do acordo.
O acordo, alcançado após meses de negociações indiretas, será dividido em três fases.
O primeiro deles durará 42 dias e certificará o fim das hostilidades, a retirada das tropas israelitas da fronteira e a troca de 33 reféns por prisioneiros palestinianos.
A segunda fase envolverá a distribuição de ajuda humanitária “segura e eficaz” a grande parte da Faixa de Gaza, devastada por mais de 15 meses de ofensiva israelita.
Também serão realizadas reparações em instalações de saúde e serão enviados mantimentos e combustível para o enclave.
Os pormenores sobre a segunda e terceira etapas do acordo serão divulgados assim que a primeira fase for certificada.