A Casa Branca pediu hoje, sexta-feira, à WikiLeaks que pare de divulgar documentos sobre a guerra no Afeganistão, numa altura em que o Pentágono reforçou a sua investigação e já tem sob custódia um militar suspeito de fuga de informação.
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Funcionários da Administração Obama afirmaram hoje que a investigação para encontrar os responsáveis pela fuga de informação confidencial poderá estender-se para além dos militares norte-americanos.
Já o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibs, salientou que a divulgação dessa informação coloca em perigo as tropas norte-americanas, as vidas de afegãos que trabalham com os Estados Unidos e a própria segurança nacional do país.
Questionado sobre o que é que a Administração do presidente Barack Obama pode fazer para impedir que continuem a ser divulgados documentos classificados, com segredos de guerra, Gibs foi peremptório: "Não podemos fazer nada, apenas implorar à pessoa que tem os documentos que não os coloque mais na Internet."
"É importante que se pare de prejudicar a segurança nacional", acrescentou o porta-voz da Casa Branca, numa entrevista concedida hoje ao programa "Today", da cadeia norte-americana NBC.
A fuga de informação tem vindo a ser investigada "activamente" pelo Pentágono e pela polícia federal norte-americana (FBI).
O Pentágono anunciou que um militar norte-americano suspeito de fornecer documentos secretos ao portal WikiLeaks foi transferido do Kuwait para uma prisão militar no estado da Virgínia, no Leste dos EUA.
Badley Manning, 22 anos, foi formalmente acusado, no início de Junho, de violação do regulamento militar, por ter passado ao WikiLeaks um vídeo, divulgado pelo site em Abril, mostrando um ataque de um helicóptero militar norte-americano no Iraque em que morreu um grupo de civis, entre os quais dois jornalistas da agência Reuters.
O militar é agora também suspeito de estar na origem da fuga de milhares de documentos sobre a guerra no Afeganistão divulgados no domingo, no mesmo portal online.
A transferência do suspeito para os Estados Unidos justifica-se, segundo o Pentágono, por se tratar de "uma detenção potencialmente longa até ao julgamento dada a complexidade das acusações e do inquérito em curso".
O WikiLeaks publicou documentos que denunciam desde mortes de civis não divulgadas até à possível colaboração dos serviços secretos do Paquistão com os talibãs.