Os pais de uma criança com uma dieta vegetariana restrita escaparam à sentença de prisão depois de alimentarem a filha de 20 meses com uma dieta que a deixou tão desnutrida que fraturou os ossos e os dentes caíram.
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Em 2018 a menina sofreu um ataque que fez com que os lábios ficassem azuis, levando a mãe a ir direta para as urgências. Com 19 meses, pesava menos de 5 quilos e sofria de deficiências motoras.
De acordo com documentos do tribunal, a que a BBC teve acesso, os médicos pensaram que a criança tinha apenas três meses de idade, tal era a falta de desenvolvimento.
O casal perdeu a guarda dos três filhos depois de as autoridades de Sidney terem confirmado que a menina nunca tinha sido vacinada e estava a sofrer graves problemas de ossos em consequência da dieta restrita a que estava a ser submetida.
Documentos jurídicos revelaram que a menina, agora com três anos de idade, tinha uma dieta de aveia, batata, arroz, tofu, pão, manteiga de amendoim e leite de arroz, com pequenos lanches de frutas e legumes.
A mãe, 33 anos, e o pai, 35 anos, declararam-se culpados em 2018 por deixar de dar alimentos nutritivos à criança e foram sentenciados a 300 horas de serviço comunitário.
A juíza Sarah Huggett condenou o casal por não "fornecer as necessidades base para viver" e disse que "não se tratou de um ato isolado que causou perigo à criança. A criança estava gravemente abaixo do peso, subdesenvolvida e desnutrida". A juíza disse que os pais, que não são nomeados para proteger o anonimato dos filhos, foram "inconsistentes" e "mentirosos".
A criança e os dois irmãos mais velhos, que estavam suficientemente nutridos, mas não tinham as vacinas em dia, estão agora sob os cuidados de membros da família em Queensland. A saúde da menina melhorou, mas o desenvolvimento futuro permanece em dúvida. Está a fazer tratamento de fisioterapia e terapia da fala.
O casal, que chorou no banco dos réus, foi sentenciado a 18 meses de prisão, substituído por serviço comunitário, para não prejudicar o "vínculo importante" com os filhos, do qual já não têm custódia.