Diplomacia comunicou que “obstáculos foram superados” após Hamas adiar saída de prisioneiros durante várias horas.
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Os diplomatas cataris e egípcios desbloquearam, este sábado, a saída do segundo grupo de reféns israelitas após o Hamas ter adiado a libertação, alegando que Israel não estaria a cumprir o acordo firmado. “Os obstáculos foram superados, 39 civis palestinianos serão libertados em troca de 13 israelitas, além de sete estrangeiros”, anunciou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Catar, Majed al Ansari, na rede social X.
Entre os israelitas há oito crianças e cinco mulheres, além de sete estrangeiros. Em troca, 33 menores e seis mulheres que estão em cadeias pertencentes ao Estado hebraico tiveram autorização para sair em liberdade. Os esforços diplomáticos que levaram a este desfecho tiveram ainda o dedo de Joe Biden. O presidente dos EUA terá telefonado, de acordo com o “Haaretz”, a Tamim bin Hamad Al Thani, emir do Catar, mas não se conhecem os pormenores da discussão.
Depois de ter dito, na rede social Telegram, que operação de libertação foi suspensa devido ao processo de seleção para a saída dos palestinianos de prisões de Israel e a falhas na entrada de ajuda urgente no Norte da Faixa de Gaza, o Hamas confirmou que respondeu “positivamente aos esforços diplomáticos”. E acrescentou que obteve um “compromisso” das autoridades israelitas relativamente à entrega de bens essenciais na zona mais carenciada do território palestiniano. Já uma fonte governamental israelita expressou, em declarações ao jornal “Times of Israel”, um “otimismo cauteloso” em relação à saída dos civis.
Um dia após ter sido libertado o primeiro grupo de reféns (13 israelitas e dez tailandeses), um outro lote de prisioneiros deveria ter sido entregue, na tarde deste sábado, ao Comité Internacional da Cruz Vermelha, contudo, o processo foi interrompido pelas acusações do movimento islâmico. O porta-voz do Hamas, Osama Hamdan, disse que, ao segundo dia de pausa humanitária, Israel não estaria a cumprir a sua parte, uma vez que apenas 340 camiões com recursos primários entraram no território palestiniano desde sexta-feira, tendo ontem chegado ao enclave 61 veículos. Segundo o responsável, o número “era menos de metade do que ficou estabelecido”.
O fluxo de apoio que chegou este sábado foi confirmado pelo Crescente Vermelho, ao assegurar que mais de seis dezenas de camiões com bens essenciais entraram no Norte da Faixa de Gaza, o que constituiu o maior “comboio de ajuda” recebido no enclave desde o início do conflito.
Extensão do cessar-fogo
Antes de o diálogo sobre a libertação do segundo grupo de prisioneiros ser encerrado, o Egito – que, nos últimos dias, se tem revelado um elemento ativo nas negociações – disse ter recebido “sinais positivos” sobre uma possível extensão da pausa humanitária por mais um ou dois dias.
O diretor do Serviço de Informação do Estado egipcío, Diaa Rashwan, admitiu, em comunicado, que o prolongamento do período pode significar “a libertação de mais prisioneiros de ambos os lados”, mas o sucesso da discussão estará dependente da normalização da libertação de reféns já previstos.