Catorze activistas espanhóis da Associação Canária dos Amigos do Povo Sarauí estão retidos em Marrocos, na Casa de Espanha, depois de, durante uma manifestação pró Saara Ociedental, 11 activistas, terem sido detidos pelas autoridades marroquinas.
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A notícia é avançada pelo jornal espanhol “El País”, segundo o qual os manifestantes denunciam ter sido agredidos pela polícia marroquina durante uma manifestação sábado à tarde em El Aaiún, a capital do Saara Ocidental.
Dessa manifestação resultou a detenção de 11 activistas, sendo que, na mesma altura, outros três refugiaram-se no hotel Nejyir.
O incidente ocorre poucos dias depois de Espanha e Marrocos terem conseguido encerrar a crise na cidade de Melilla, onde estava instalado um bloqueio de camionistas marroquinos que diziam ser maltratados pelas autoridades policiais espanholas.
Apesar de os activistas considerarem estar em prisão domiciliária, o Ministério espanhol dos Assuntos Exteriores já o veio negar, assegurando que alguns dos protestantes estão na Casa de Espanha por "recomendação das autoridades locais", enquanto outros estão por decisão pessoal.
O Ministério revelou entretanto que um funcionário da embaixada espanhola em Marrocos viajou para El Aaiún para se encontrar com os activistas e um dos manifestantes detidos já confirmou que durante a madrugada de hoje começaram a sair da prisão e a ser encaminhados para a Casa de Espanha.
"Pensávamos que estávamos a ser libertados, mas um tradutor disse-nos que estamos em prisão domiciliária na Casa de Espanha até entrarmos no barco para fazer a viagem desde El Aaiún até Las Palmas, às 22 horas de domingo", disse ao “El País” Anselmo Farinas.
Os porta-vozes da associação confirmaram ao jornal espanhol que os 14 activistas se encontram na Casa de Espanha, onde os três últimos chegaram hoje por volta das 5.30 horas da manhã.
De acordo com a associação, dois deles chegaram com feridas resultado de maus tratos por parte da polícia e acusam as autoridades policiais de não lhes ter dado tratamento ou medicamentos.
A situação já teve eco na voz do eurodeputado Willy Meyer, da Esquerda Unida Europeia, que condenou a detenção dos activistas e anunciou que vai pedir uma reacção por parte da União Europeia.
O eurodeputado revelou que durante esta semana pretende pedir à responsável pela diplomacia europeia, Catherine Ashton, que se pronuncie sobre "este ataque ao directo à manifestação" e que mostre a "sua solidariedade para com o processo de descolonização do Saara Ocidental".