A Marcha pelo Clima de sexta-feira em Madrid vai reunir "mais de cem mil" pessoas de todo o mundo para "desmascarar a hipocrisia" dos governos que há 25 anos se reúnem sem sucesso para contrariar as alterações climáticas.
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"Esperamos mais de cem mil pessoas nesta marcha" para continuar "o movimento contra as alterações climáticas marcado, em 2019, pelo despertar da sociedade civil e dos jovens" para a questão, disse hoje em Madrid Pablo Chamorro, porta-voz da Marcha pelo Clima.
A Marcha pelo Clima e uma cimeira social vão dominar a agenda paralela à Conferência sobre as Alterações Climáticas da ONU, conhecida como COP25, que começou a 02 de dezembro e vai prolongar-se até 13 de dezembro em Madrid.
Na apresentação dos eventos alternativos à COP25, Chamorro insistiu que o corrente ano marca "um antes e um depois" na luta contra as alterações climáticas e os eventos paralelos previstos vão no sentido da continuação desse movimento.
A manifestação começa às 18:00 em Atocha, perto do centro de Madrid, e depois de percorrer uma parte de A Castelhana, a maior e mais importante avenida da capital espanhola, termina na zona dos Novos Ministérios.
A jovem ativista sueca que durante o último ano ganhou protagonismo e tornou-se numa das caras mais conhecidas no movimento internacional que exige ação contra as alterações climáticas, Greta Thunberg, será uma das pessoas que irá discursar a partir das 20:00 na zona em que termina a manifestação e em que também haverá "espaços" de música e poesia.
A realização desta manifestação marca também o "pontapé de saída" da Cimeira Social pelo Clima da COP25 de Madrid que se vai realizar a partir do dia seguinte, 07 de dezembro, na Universidade Complutense da capital espanhola.
Segundo o manifesto de convocação da cimeira social, é preciso "desmascarar a hipocrisia dos governos que vêm fracassando há décadas nas negociações climáticas", ao mesmo tempo em que são assinados tratados comerciais e de investimento como "ferramentas de dominação do capital", visando perpetuar o "desequilíbrio de poder que permite o luxo de poucos à custa do sofrimento da maioria...".
Segundo Pablo Chamorro, já aderiram à cimeira social cerca de 850 entidades e organizações que lutam pelas mais diversas causas.
Segundo o manifesto da anticimeira oficial que está na Internet de Portugal já aderiram, pelo menos, organizações como a 2degrees artivism, A Coletiva, ATERRA, Climáximo, Extinction Rebellion Coimbra, Greve Climática Estudantil, PTrevolutionTV, TROCA- Plataforma por um Comércio Internacional Justo, Youth for the Future ou a ZERO -- Associação Sistema Terrestre Sustentável.
Presente também na conferência de imprensa, Javier Andaluz, que participa nos trabalhos da COP25, "a comunidade internacional está longe de cumprir os objetivos" que aprovou para lutar contra as alterações climáticas.
"Os países não estão a fazer o suficiente e parece que não estão dispostos a cumprir a sua responsabilidade histórica que é grande", disse Javier Andaluz.
As autoridades espanholas conseguiram no tempo recorde de um mês organizar a COP25 que desde há quase um ano estava prevista realizar-se em Santiago do Chile.
A cimeira foi transferida de urgência, em 01 de novembro para Madrid, depois de o Chile ter anunciado que renunciava à sua organização, devido a um movimento de contestação social sem precedentes no país.