Várias centenas de pessoas, incluindo o líder do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, reuniram-se, este sábado, em Moscovo para o funeral do 'blogger' militar Vladlen Tatarsky, que morreu num atentado à bomba no domingo passado, em São Petersburgo.
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Segundo jornalistas da agência de notícias AFP no local, centenas de pessoas foram ao cemitério Troyekurovskoye, no oeste da capital, para prestar homenagem a Vladlen Tatarsky - cujo nome verdadeiro era Maxime Fomin - antes do seu enterro.
Uma grande força da polícia foi deslocada para controlar as pessoas que estavam no cemitério. Muitas usavam roupas com as letras Z ou V, que são sinais de apoio à ofensiva russa na Ucrânia.
Este assassínio é "uma tentativa de matar a verdade (...) que tenta perfurar a camada de podridão que cobre a sociedade russa", assegurou à AFP Anna Ivannikova, uma gerente de Moscovo de 33 anos. Segundo Anna Ivannikova, a sociedade russa "ainda está a dormir", exceto nas cidades russas mais próximas da Ucrânia, onde os combates duram há mais de um ano.
Em 2 de abril, Vladlen Tatarsky, conhecido pelo seu apoio à ofensiva russa na Ucrânia - iniciada a 24 de fevereiro de 2022 e ainda em curso, mais de um ano depois -, foi morto num atentado bombista cometido num café da cidade de São Petersburgo, no noroeste da Rússia. Moscovo acusou Kiev e "agentes" do opositor na prisão Alexei Navalny de estarem envolvidos neste assassínio.
As autoridades russas detiveram e acusaram de "terrorismo" uma mulher de 26 anos, Daria Tryopova, que teria oferecido ao 'blogger' um busto armadilhado, que explodiu durante o evento, matando-o e ferindo cerca de 30 pessoas. Daria Tryopova, no entanto, ainda não afirmou ter participado voluntariamente no ataque, nem mencionou possíveis patrocinadores.
Ativistas russos pró-ucranianos também alegaram, sem provas concretas, que foi a ação de um grupo de resistência que operava na Rússia.