Muitas centenas de pessoas participam, esta quinta-feira, num serviço fúnebre em memória dos 34 mineiros da Lonmim mortos numa carga policial na localidade de Marikana, na África do Sul.
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Por imposição dos organizadores das cerimónias fúnebres, familiares e dirigentes locais, a polícia sul-africana está ausente do local do evento, em que participam igualmente membros dos executivos nacional e provincial e líderes religiosos de diversas denominações.
A maior das cerimónias que em Marikana, perto do local onde há uma semana a polícia abriu fogo com munições reais contra um grupo de mineiros em greve que a ameaçava com paus, catanas e, segundo alguns testemunhos, armas de fogo, decorre numa tenda branca, que não foi suficientemente grande para todos os que queriam prestar homenagem aos mortos e feridos dos acontecimentos da semana passada.
Nas imediações da tenda onde decorrem as cerimónias, muitos populares escutam os discursos e rezas amplificados pela aparelhagem sonora instalada no local. Muitos são os que criticaram a organização - que ninguém sabe até ao momento a quem pertence - por não ter garantido serviços básicos, tais como casas de banho portáteis e serviços de emergência médica para tantas pessoas presentes.
Só quando três mulheres perderam os sentidos logo no início da cerimónia, perto do meio-dia (11.00 horas em Portugal continental) duas ambulâncias chegaram ao local, tendo o ministro da Saúde, Aaron Motsoaledi, ele próprio um médico, prestado os primeiros socorros às mulheres.
Durante a manhã, muitos familiares e amigos próximos das vítimas do massacre da semana passada, na sua maioria vindos de regiões tão distantes como o Cabo Oriental - de onde são oriundos muitos dos mineiros - prestaram uma homenagem aos mortos de Marikana no local exato onde foram mortos pela polícia sul-africana.
O governo faz-se representar pelos ministros da Saúde, Aaron Motsoaledi, da Presidência, Collins Chabane, e da Polícia, Nathi Mthethwa, bem como a governadora do Noroeste, Thadi Modise.
No serviço fúnebre, participam também o ex-líder da Juventude do ANC Julius Malema, expulso recentemente do partido no poder, que desde o início da crise provocada pelo massacre tem utilizado Marikana como palco da sua campanha anti-(Presidente) Zuma e anti-Governo, incitando os mineiros a não cederem nas suas exigências em discursos feitos na zona e apelando à demissão do Presidente e do seu executivo.