Centrista Rodrigo Paz Pereira vence presidenciais e promete "abrir Bolívia ao mundo"
Rodrigo Paz Pereira venceu a segunda volta das presidenciais bolivianas este domingo com 54,57% dos votos, segundo informações preliminares divulgadas pelo Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) da Bolívia, com pouco mais de 97% das assembleias processadas. O opositor centrista prometeu voltar a abrir o país ao mundo e trabalhar com todos os setores para escapar à crise.
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O ex-presidente conservador Jorge Tuto Quiroga (2001-2002) obteve 45,43% dos votos, de acordo com os dados do Sistema de Transmissão de Resultados Preliminares (Sirepre) divulgados pelo TSE. Os votos válidos atingiram 94,56%, os em branco 0,75% e os nulos 4,69%, segundo informações preliminares e não oficiais. Segundo o presidente em exercício do TSE, Óscar Hassenteufel, o nível de participação no segundo turno ficou entre 85% e 89%, um dado que será confirmado "assim que a contagem oficial for concluída". O responsável acrescentou que o dia de votação foi "tranquilo", "sem incidentes graves".
Paz e Quiroga foram os dois candidatos mais votados nas eleições gerais realizadas em agosto, nas quais também foi renovado o Parlamento nacional para o próximo quinquénio, mas nenhum dos dois obteve a percentagem de votos suficiente para ser declarado vencedor na primeira volta. Este domingo, os bolivianos voltaram às urnas para eleger, pela primeira vez na sua história, o Presidente e vice-presidente numa segunda volta, mecanismo estabelecido na Constituição em vigor desde 2009.
Paz foi o candidato do Partido Democrata Cristão (PDC) ao lado de um antigo polícia, Edman Lara, e Quiroga representou a aliança Libré, ao lado do empresário Juan Pablo Velasco. O vencedor tomará posse como novo chefe de Estado do país no próximo dia 8 de novembro, dia em que se assinalará o fim de 20 anos de governo do Movimento ao Socialismo (MAS), de esquerda.
Depois de conhecer os resultados preliminares, Paz Pereira, nascido na Galiza, em Espanha, agradeceu aos líderes que o felicitaram e disse que "a Bolívia está a recuperar gradualmente espaço internacional", depois de ter perdido esse espaço "geopolítico e geoeconómico" nas últimas duas décadas. O político afirmou que "a nova dimensão" que procura construir "será com as mãos estendidas para o interior do país, para trabalhar com todos, homens e mulheres do Parlamento, das organizações sociais" e de outros setores com o objetivo de "seguir em frente".
"Mas ao mesmo tempo, também temos de abrir a Bolívia ao mundo, assumir um novo papel", sublinhou o responsável, agradecendo aos Estados Unidos o apoio oferecido, através do secretário de Estado adjunto, Christopher Landau, "para poder levar por diante uma relação estreita com um dos Governos mais importantes do mundo". O ainda senador também agradeceu ao rival da segunda volta e ao candidato deste a vice, Juan Pablo Velasco.
"Não é Rodrigo que ganha ou perde, é a Bolívia que ganha através do exercício da democracia. É por isso que, na democracia, embora pareça em princípio que alguns perdem e outros ganham, hoje a Bolívia ganhou", apontou o presidente eleito.