CEO da Ryanair pede limite de duas bebidas alcoólicas por passageiro nos aeroportos
O CEO da companhia aérea low-cost Ryanair alertou para um “aumento notável” no número de passageiros que provocaram incidentes de desordem durante os voos devido ao consumo de álcool e drogas nos últimos meses.
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O presidente executivo da companhia aérea irlandesa, Michael O'Leary, disse que se trata de um "problema pan-europeu", mas que atinge o seu pior nível em algumas rotas do Reino Unido para destinos festivos, como Ibiza. O CEO disse que as autoridades de todo o continente “não levam isto a sério” e pediu que considerassem a restrição das vendas de álcool nos aeroportos para conter o problema.
“Tivemos um aumento notável, assim como a maioria das outras companhias aéreas, no mau comportamento entre os passageiros, especialmente nos voos de férias mais longos este verão”, disse aos jornalistas numa conferência de imprensa na terça-feira. "É um verdadeiro desafio para nós. Continuamos a apelar às autoridades governamentais para que limitem a quantidade de álcool que pode ser servida nos aeroportos da Europa a não mais de duas bebidas por passageiro".
Segundo O'Leary, os atrasos crescentes nos aeroportos movimentados estão a agravar o mau comportamento, com as pessoas a beberem mais enquanto esperam. Notou ainda que “uma taxa mais elevada de pessoas” que tomam substâncias em pó não especificadas, juntamente com o álcool, torna-as mais agressivas.
“Antigamente, as pessoas bebiam demais e eventualmente caíam”, disse o responsável da Ryanair. "Mas quando se tem a mistura de pó e álcool, torna-se muito difícil gerir este tipo de comportamento agressivo. Acho que este é o maior desafio que as nossas equipas estão a enfrentar neste momento”.
Embora os voos entre o Reino Unido e a ilha espanhola de Ibiza tenham sido “os piores”, O’Leary disse que a Ryanair tem “os mesmos problemas nos voos irlandeses e nos voos alemães”. “É um problema pan-europeu”, observou, ao mesmo tempo que destacou algumas rotas aeroportuárias do Reino Unido como Liverpool, Manchester, Glasgow e Edimburgo como particularmente problemáticas.
O problema tornou-se tão grave nos voos com destino a Ibiza que a Ryanair já não permite que os passageiros embarquem com garrafas, incluindo água. “Revistamos as malas no portão de embarque”, explicou O’Leary. “Quando éramos jovens e inocentes, só lhes permitíamos levar garrafas de água, claro, sem nos apercebermos que estavam cheias de vodka. Agora nem permitimos que levem garrafas de água".
A Ryanair, que voa entre 37 países, principalmente na Europa, transportou quase 184 milhões de passageiros no ano financeiro de 2023/2024, sendo julho e agosto os meses mais movimentados.