Seul informou, esta sexta-feira, que as autoridades de imigração dos EUA detiveram vários sul-coreanos durante uma grande operação numa fábrica de baterias na Geórgia, instando Washington a não infringir os "direitos legítimos" dos seus cidadãos.
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Na quinta-feira, a Agência de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE) invadiu a "fábrica de baterias de uma empresa sul-coreana na Geórgia", revelou o porta-voz do ministério, Lee Jae-woong, aos jornalistas. "Vários cidadãos coreanos foram detidos", acrescentou.
O escritório de Atlanta do Departamento de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos informou que deteve cerca de 450 "estrangeiros ilegais" durante uma operação na fábrica de baterias, uma "joint venture" entre a Hyundai e a LG.
A agência de notícias sul-coreana Yonhap informou que mais de 300 cidadãos sul-coreanos foram detidos na fábrica, citando uma fonte diplomática.
Lee refere que, para a Coreia do Sul, "as atividades económicas dos nossos investidores e os direitos e interesses legítimos dos nossos cidadãos não devem ser injustamente infringidos no âmbito da aplicação da lei dos EUA".
Seul adianta ter enviado uma equipa diplomática para o local e ordenado a criação de uma "task-force" para lidar com a situação.
A empresa também "transmitiu a sua preocupação e pesar" pelo incidente à Embaixada dos EUA em Seul.
O Hyundai Motor Group não teceu comentários e a LG Energy Solution realçou à AFP que estava "a acompanhar de perto a situação e a recolher todos os detalhes relevantes".
"A nossa principal prioridade é sempre garantir a segurança e o bem-estar dos nossos funcionários e parceiros. Cooperaremos plenamente com as autoridades competentes", acrescentou.
A Coreia do Sul, a quarta maior economia da Ásia, é uma importante fabricante de automóveis e produtora de aparelhos eletrónicos, com várias fábricas nos EUA.
Em julho, Seul prometeu 350 mil milhões de dólares em investimentos nos EUA para amenizar as ameaças das tarifas do presidente norte-americano Donald Trump.
As empresas sul-coreanas investiram milhares de milhões de dólares na construção de fábricas nos EUA, numa tentativa de aceder ao mercado norte-americano e evitar tarifas.