Cessar-fogo em Gaza estará "muito próximo". Trump pode ir ao Médio Oriente no domingo
O presidente norte-americano, Donald Trump, revelou, esta quarta-feira, que pode visitar o Médio Oriente no final da semana, considerando que o acordo de cessar-fogo entre o Hamas e Israel parece "muito próximo".
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"Talvez vá lá no final da semana, talvez no domingo, na verdade. Vamos ver, mas há uma boa hipótese de que isso aconteça. As negociações estão a progredir muito bem", destacou o presidente norte-americano, na Casa Branca.
Delegações de Israel e do Hamas estão no Egito desde segunda-feira, onde negoceiam, com mediadores egípcios, cataris e norte-americanos, os detalhes da implementação do plano de paz de 20 pontos elaborado por Trump para pôr fim à guerra em Gaza.
O chefe de Estado norte-americano frisou que tem no local "uma grande equipa de excelentes negociadores", referindo-se ao seu enviado especial Steve Witkoff e ao seu genro Jared Kushner, e garantiu que as negociações com o grupo islamita palestiniano "estão a correr bem". "Tenho falado com a nossa equipa no Médio Oriente sobre um possível acordo de paz. Estamos numa fase ótima, esperamos que se torne realidade, mas estamos muito perto, estão muito bem", insistiu.
Nota escrita à mão entregue a Trump


Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, entregou nota escrita à mão ao presidente Trump sobre o fim da guerra (Foto: Jim Watson/AFP)
Durante a declaração aos jornalistas, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, entregou a Trump uma nota manuscrita, captada por um fotojornalista da agência de notícias France-Presse (AFP). O acordo está "muito próximo", indica a missiva. "Precisamos que aprove um anúncio no Truth Social [rede social de Trump] rapidamente para que possa ser o primeiro a anunciar o acordo", diz a mensagem.
Antes, em declarações aos jornalistas, Marco Rubio tinha afirmado que houve "muitos progressos" no sentido de um acordo, avisando, ainda assim, que "ainda há trabalho a fazer". "Estamos a receber relatos muito positivos há cerca de uma hora. Penso que já está escuro lá, mas acreditamos que fizemos muitos progressos hoje, embora ainda haja trabalho a fazer", apontou Rubio à saída de um almoço com senadores republicanos.
Também hoje à tarde Hakan Fidan, chefe da diplomacia da Turquia, um dos países que está a mediar conversações de paz entre Hamas e Israel, disse que as partes estão prestes a alcançar um cessar-fogo na Faixa de Gaza.
Libertação de reféns e retirada de Israel
Os primeiros pontos do plano incluem o fim da ofensiva israelita em Gaza e a libertação, no prazo de 72 horas, de todos os reféns do Hamas, vivos e mortos.
O plano de Trump inclui ainda o desarmamento do Hamas, a retirada de Israel do enclave, a formação de um governo de transição na Faixa de Gaza e, a longo prazo, eventuais negociações para a criação de um Estado palestiniano - uma opção, no entanto, que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afastou.
O Hamas disse concordar com alguns dos pontos e que queria negociar outros, o que está a acontecer desde segunda-feira no Egito, e anunciou que já trocou com Israel listas de detidos a libertar.
67 mil mortos
A guerra em curso na Faixa de Gaza foi iniciada quando o grupo islamita radical Hamas, que controla este território palestiniano, atacou solo israelita, a 7 de outubro de 2023, provocando 1200 mortos e fazendo 251 reféns. A retaliação de Israel já provocou mais de 67 mil mortos entre os palestinianos, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas. As Nações Unidas declararam no mês passado uma situação de fome em algumas zonas do enclave.