
Friedrich Merz, chanceler alemão
Foto: Mauro Pimentel / AFP
O chanceler alemão, Friedrich Merz, pediu esta quinta-feira ao presidente ucraniano para manter os jovens ucranianos no seu país, após Kiev tê-los autorizado a viajar para o estrangeiro.
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Numa conversa telefónica, Merz pediu a Volodymyr Zelensky "que assegure que, em particular, os jovens ucranianos não venham para a Alemanha em grande e crescente número" e que "cumpram o seu dever no seu país", disse durante um discurso em Berlim.
De acordo com dados do Ministério do Interior alemão, desde 26 de agosto, com a decisão de Kiev de flexibilizar a lei marcial e autorizar os jovens adultos do sexo masculino a deixar o país, o número de ucranianos dessa faixa etária que pediu refúgio na Alemanha está a aumentar muito, ultrapassando os 1.000 por semana.
Desde o início da guerra, em fevereiro de 2022, os homens dos 18 aos 60 anos estavam proibidos de sair da Ucrânia, com algumas exceções.
As pessoas dos 18 aos 22 anos não são afetadas pela mobilização militar, cuja idade mínima foi reduzida para os 25 anos em abril de 2024.
No entanto, o Exército tinha introduzido um contrato com incentivos financeiros para aquela faixa etária, que não obteve o sucesso esperado.
Já no final de outubro o líder do partido conservador da Baviera, membro da coligação do Governo alemão, pediu à União Europeia (UE) para pressionar Kiev a proibir os jovens de deixarem a Ucrânia.
"Temos de controlar e reduzir seriamente o fluxo crescente de jovens do sexo masculino provenientes da Ucrânia", exigiu na ocasião Markus Soder, líder da União Social-Cristã (CSU) e que também dirige a poderosa região da Baviera, em declarações publicadas no diário Bild.
Mais de 5,6 milhões de ucranianos refugiaram-se no estrangeiro desde o início da guerra.
Cerca de 1,2 milhões de refugiados ucranianos estão na Alemanha.
Durante a chamada telefónica desta quinta-feira, Merz exigiu a Zelensky que lute contra a corrupção no seu país depois de a Ucrânia ter sido abalada por um escândalo de subornos.
Merz "sublinhou que o Governo alemão espera que a Ucrânia avance com energia na luta contra a corrupção, bem como noutras reformas, em particular no domínio do Estado de direito", disse a chancelaria num comunicado.
A Ucrânia é candidata à UE e tais reformas fazem parte dos critérios para a adesão.
A Alemanha é o principal doador da Ucrânia na Europa e o segundo a nível mundial, atrás dos Estados Unidos.
Berlim participa no armamento de Kiev contra Moscovo, e nas reparações e proteção da rede energética ucraniana, devastada pelos ataques russos desde o início da invasão, em fevereiro de 2022.
