A presidente da agência ambiental do Brasil (Ibama), Suely Araújo, demitiu-se esta segunda-feira após ser criticada pelo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, através das redes sociais.
Corpo do artigo
Bolsonaro e Salles questionaram o valor de um contrato de aluguer de veículos para o Ibama, assinado em dezembro, no valor de 28,7 milhões de reais (cerca de 6,7 milhões de euros).
"Quase 30 milhões de reais em aluguer de carros, só para o Ibama", escreveu o ministro do Meio Ambiente no Twitter.
Bolsonaro também se manifestou na mesma rede social, tendo, contudo, apagado a sua mensagem minutos após a publicação, segundo o jornal "Folha de São Paulo".
"Estamos em ritmo acelerado, desmontando rapidamente montanhas de irregularidades e situações anormais que estão a ser e serão comprovadas e expostas. A certeza é: havia todo um sistema formado para, principalmente, violentar financeiramente o brasileiro sem a menor preocupação!", escreveu Bolsonaro, que eliminou depois o texto.
Suely Araújo defendeu, em comunicado, que o órgão de auditoria do Congresso do Brasil já teria aprovado o contrato de aluguer de carros em causa.
Na sua carta de renúncia ao cargo, a responsável pela agência ambiental do Brasil não se referiu às mensagens do presidente do país e do ministro do Meio Ambiente.
"Considerando que a indicação do futuro presidente do Ibama, Eduardo Bim, já foi amplamente divulgada na imprensa e internamente na instituição ainda em 2018, antes mesmo do início do novo Governo, entendo pertinente o meu afastamento do cargo, permitindo assim que a nova gestão assuma a condução dos processos internos" deste organismo, escreveu Suely Araújo, nomeada para o cargo em 2016 pelo presidente Michel Temer.