Um dos mais famosos chefes da máfia italiana, Francesco "Sandokan" Schiavone, tornou-se colaborador da Justiça após 26 anos de prisão, disse uma fonte judicial, esta sexta-feira, à AFP.
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Schiavone, ex-chefe do clã dos Casalesi, era considerado um dos criminosos mais ricos e cruéis da Europa quando foi preso em 1998. O clã sediado em Casal di Principe, perto de Nápoles, é um dos mais poderosos da máfia napolitana, a Camorra. Foi condenado a várias penas de prisão perpétua no julgamento "Spartacus" de 36 membros do clã dos Casalesi.
A decisão de colaborar com a Justiça é "mais um golpe contra a Camorra e o crime organizado", congratulou-se Chiara Colosimo, presidente da comissão parlamentar antimáfia.
Schiavone e os Casalesi estiveram envolvidos em acertos de contas entre clãs que lutavam pelo controlo de Casal di Principe nos anos 1980 e 1990, além de tráfico de drogas.
Vários membros da família de Schiavone já tinham decidido colaborar com a Justiça.
O primo, Carmine Schiavone, começou a fazê-lo nos anos 1990, revelando a forma como a máfia despejava resíduos tóxicos suspeitos em campos, poços e lagos da região, o que se acredita ter causado um aumento nos casos de cancro na população local. Dois dos filhos presos de "Sandokan", Nicola e Walter, começaram a cooperar com a Justiça em 2018 e 2021, respetivamente.