O governo chinês afirmou, esta quarta-feira, que "nunca tolerará" uma separação de Taiwan do território chinês, no dia em que a presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, do partido pró-independência, tomou posse para o segundo mandato.
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"Temos uma determinação inabalável, confiança total e todas as capacidades para defender a soberania nacional e a integridade territorial", afirmou Ma Xiaoguang, porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado chinês, em comunicado.
"Nunca toleraremos nenhuma ação separatista", avisou.
Não aceitaremos o uso de 'um país, dois sistemas' por parte das autoridades de Pequim para rebaixar Taiwan
Reeleita em janeiro passado para um segundo mandato presidencial pelo Partido Democrático Progressista (pró-independência) - uma vitória que sinalizou a forte oposição dos eleitores da ilha às reivindicações da China sobre aquele território -, Tsai Ing-wen defendeu, esta quarta-feira, que as relações com Pequim atingiram "um ponto de viragem histórico", e que "a paz, igualdade, democracia e diálogo" deveriam primar nos contactos entre os dois lados.
"Não aceitaremos o uso de 'um país, dois sistemas' por parte das autoridades de Pequim para rebaixar Taiwan e prejudicar as relações entre os dois países", disse Tsai.
A fórmula 'um país, dois sistemas' foi usada em Macau e Hong Kong, após a transferência dos dois territórios para a China, por Portugal e pelo Reino Unido, respetivamente, e garante às duas regiões um elevado grau de autonomia a nível executivo, legislativo e judiciário.
Tsai Ing-wen reiterou a sua proposta de diálogo com Pequim e convidou o presidente chinês, Xi Jinping, a trabalhar com Taiwan para reduzir as tensões.
China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.
Taiwan, que se auto designa República da China, tornou-se, entretanto, numa democracia com uma forte sociedade civil, mas Pequim considera a ilha parte do seu território e ameaça a reunificação pela força.