China alerta para armadilhas com "belezas exóticas" criadas por espiões estrangeiros
A China está a alertar os seus cidadãos em viagens ao estrangeiro contra armadilhas com "belezas exóticas" que tentam atraí-los para as mãos de agências de espionagem estrangeiras.
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O aviso surge numa publicação do Ministério da Segurança do Estado na rede social chinesa WeChat. No texto, que tem como título "À caça de beleza? Pode tornar-se a presa", o ministério conta a história de um homem chamado Li Si, que foi a uma discoteca durante uma viagem ao estrangeiro e, mais tarde, foi chantageado por espiões estrangeiros.
Segundo o ministério, um guia turístico local convidou Li Si para um local de entretenimento adulto e convidou-o a “escolher” mulheres para passar a noite. O que o chinês, que trabalhará para uma empresa estatal, não sabia é que as suas atividades estavam a ser monitorizadas.
"Uma batida rápida na porta acordou Li Si, que estava embriagado na 'terra gentil' da beleza exótica. Estrondo! A porta do quarto foi subitamente aberta e vários estrangeiros corpulentos uniformizados entraram a correr. Gritaram ameaças a Li Si nu, tiraram fotografias com as suas câmaras e agarraram agressivamente Li Si, que ainda estava na cama", lê-se no texto. Segundo a BBC, os espiões usaram as imagens para chantagear Li Si e coagi-lo a juntar-se à sua organização de espionagem.
O ministério alega ainda que Li Si entregou aos espiões o seu computador de trabalho por medo. “Desta forma, o computador que continha cerca de 10 anos de informações confidenciais caiu nas mãos da organização de espionagem”, lê-se na publicação.
Mesmo depois de ter regressado à China, Li Si continuou a ser coagido a fornecer informações confidenciais à organização. “No final, o senhor Li foi completamente reduzido a um fantoche à mercê do grupo de espionagem estrangeiro e causou danos imensuráveis à segurança nacional da China", remata o ministério, acrescentando que o homem foi detido e enfrentará um “julgamento rigoroso”.
Avisos sobre espiões estrangeiros
As autoridades chinesas dizem enfrentar uma crescente ameaça à segurança por parte de países estrangeiros e apelaram a um redobrar de esforços para apanhar espiões. O Ministério da Segurança do Estado, que funciona como agência de informações e polícia secreta da China, tem aumentado cada vez mais o alarme entre os cidadãos através atualizações frequentes no WeChat.
Em agosto passado, o ministério pediu a mobilização de "toda a sociedade", visando "prevenir e combater a espionagem". O organismo indicou que todos os órgãos estatais e organizações sociais, empresas e instituições têm a obrigação de prevenir e impedir a espionagem e "proteger a segurança nacional", e disse que ia colocar à disposição dos cidadãos números de telefone e caixas postais para receber denúncias, "garantindo o sigilo" dos informadores.
Em dezembro, o ministério disse que algumas "agências estrangeiras e indivíduos com segundas intenções" estão a tentar "roubar dados geográficos sensíveis" através da utilização de serviços que recolhem dados geográficos. Também alertou os cidadãos contra fotografar equipamento militar e contra organizações que “recrutam entusiastas da aviação como voluntários” para transmitir dados de voo da China a outros países.
No mesmo mês, as autoridades chinesas divulgaram que frustaram uma tentativa de recolha de informações sobre equipamento militar por uma "entidade estrangeira". Segundo o ministério, um proprietário reparou numa "luz verde sinistra" proveniente de uma casa que tinha alugado a uma empresa estrangeira. A luz verde era proveniente de um equipamento de videovigilância utilizado por agentes estrangeiros para recolher informações sobre uma base naval próxima, que desempenhava "importantes tarefas militares", de acordo com as autoridades.
Além disso, tem tornado públicos os casos de pessoas detidas por espionagem na China. No início deste mês, o ministério disse que Pequim deteve um indivíduo que alegadamente espiava para o serviço de informações britânico, MI6.