A China deteve um trabalhador humanitário norte-americano cristão junto à sua fronteira com a Coreia do Norte, numa altura em que as autoridades intensificam uma aparente repressão de grupos religiosos na região.
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Peter Hahn, de 74 anos, nascido na Coreia do Norte e naturalizado norte-americano, foi detido na sexta-feira, acusado de fraude e de falsificação de recibos, informou o seu advogado, Zhang Peihong.
Radicado na cidade fronteiriça de Tumen desde o final da década de 1990, Peter Hahn fundou uma organização não-governamental cristã que presta assistência à Coreia do Norte e ajuda os refugiados. Em 2002, criou uma escola vocacional para jovens locais.
Muitos grupos de natureza cristã, a maioria dirigida por sul-coreanos, são ativos ao longo da fronteira. No entanto, vêm-se forçados a operar na sombra, uma vez que a China proíbe missionários estrangeiros e promete prender refugiados que escapem à perseguição do repressivo regime da Coreia do Norte.
Fonte citada pela agência AFP, que falou sob a condição de anonimato, afirmou que vários trabalhadores estrangeiros associados à organização de caridade de Hahn foram deportados nos últimos meses.
As autoridades congelaram as contas bancárias de Hahn no verão e impediram-no de deixar a China, segundo meios de comunicação chineses.
Peter Hahn, que afirma ser inocente, deverá ser levado a julgamento no prazo de três meses, de acordo com o advogado.
A pena máxima que enfrenta pelos dois crimes é de 12 anos de prisão.
O caso surge meses depois de as autoridades chinesas terem avançado com acusações de espionagem contra um casal canadiano, que também vivia perto da fronteira com a Coreia do Norte, que facultava ajuda aos cristãos que fugiam do país.