O Governo chinês evitou, esta terça-feira, confirmar a possibilidade de o presidente norte-americano Donald Trump visitar a China em abril, num período de crescente fricção comercial entre as duas maiores economias do mundo.
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Questionada em conferência de imprensa sobre as informações difundidas pelo jornal de Hong Kong "South China Morning Post", a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, disse apenas não ter informações.
De acordo com o jornal, Pequim e Washington estão em negociações para um possível encontro em abril entre Trump e o homólogo chinês, Xi Jinping, na China, embora ainda não tenham chegado a um acordo.
Pouco antes da tomada de posse, a 20 de janeiro, Trump manifestou aos conselheiros a intenção de viajar para a China após a tomada de posse, possivelmente nos primeiros 100 dias do mandato, informou na altura o "The Wall Street Journal".
O presidente dos EUA teve uma conversa telefónica que descreveu como “muito positiva” com Xi no início deste ano, pouco antes de tomar posse.
A visita de Trump, que se deslocou à China em novembro de 2017, durante o primeiro mandato, ocorre num momento em que as fricções comerciais entre a China e os Estados Unidos continuam a aprofundar-se, depois de terem entrado em vigor, na segunda-feira, novas taxas alfandegárias impostas por Pequim sobre vários produtos norte-americanos do setor agroalimentar.
A imposição de taxas surgiu em resposta à decisão de Trump de duplicar para 20% as taxas alfandegárias adicionais impostas ao país asiático desde que regressou à Casa Branca.
Trump justificou as taxas contra produtos chineses com o facto de Pequim não estar a fazer o suficiente para impedir a entrada de fentanil nos Estados Unidos, o que as autoridades chinesas consideram “um pretexto”, uma vez que a política antidroga da China “é uma das mais rigorosas do mundo”.
Em fevereiro, a China impôs taxas entre 10% e 15% sobre outros produtos norte-americanos, além de estabelecer controlos de exportação sobre minerais essenciais e abrir uma investigação antimonopólio contra o gigante tecnológico Google.
Durante a primeira presidência, Trump impôs várias rondas de taxas sobre centenas de milhares de milhões de importações oriundas da China, às quais Pequim respondeu com taxas sobre as exportações dos EUA.