Pelo menos quatro pessoas morreram à passagem do ciclone tropical Freddy pelo território de Madagáscar.
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O mau tempo acompanhado de ventos fortes na costa leste matou "quatro pessoas" na grande ilha do Oceano Índico, afetando um total de 16.660 pessoas, segundo o último relatório do Gabinete Nacional de Gestão de Riscos de Catástrofes (BNGRC).
Cerca de 3300 casas foram inundadas e quase tantas outras ficaram danificadas. Mais de 11 mil pessoas foram deslocadas, a maioria das quais foi transferida para abrigos de emergência como medida de precaução.
"O Freddy trouxe menos chuva e os danos registados estão quase exclusivamente relacionados com o vento", segundo Faly Aritiana Fabien, do BNGRC, em declarações à agência France-Presse.
O ciclone atingiu o leste do país, na região de Mananjary, na terça-feira à noite e prossegue agora o trajeto para oeste. A cidade costeira de 25 mil pessoas já foi, em grande parte, destruída no ano passado pelo ciclone Batsirai, que matou 135 pessoas.
"O sistema enfraquecido prossegue o seu caminho sobre a massa terrestre de Madagáscar", com ventos médios reduzidos a 65 km/h, segundo o instituto francês de meteorologia, Météo-France.
O ciclone tinha antes passado ao largo das Maurícias e Ilha da Reunião, causando menos danos do que se temia, uma vez que passou em altitude.
Madagáscar, um dos países mais pobres do mundo, está a ser atingido por uma seca extrema numa vasta área do sul, causando um número crescente de pessoas com desnutrição aguda e o alargamento de bolsas de fome.
Cerca de dez tempestades ou ciclones atravessam anualmente o sudoeste do Oceano Índico durante a época dos ciclones, que decorre entre outubro e abril.
Moçambique em alerta vermelho
Espera-se que o ciclone Freddy deixe Madagáscar esta noite e atinja Moçambique na sexta-feira, já como uma tempestade tropical, com fortes chuvas e ventos de menor intensidade, de acordo com as previsões.
O Governo moçambicano decretou esta terça-feira o estado de alerta vermelho para acudir com maior agilidade às cheias que já estão a afetar o país.
Segundo um balanço atualizado na terça-feira, subiu para 95 o número de mortes na época das chuvas, total que contabiliza já 11 óbitos nas cheias registadas entre 7 e 20 de fevereiro no sul do país.
Estas cheias, que afetaram especialmente a região de Maputo, causaram prejuízos a 43.500 pessoas, fazendo subir para 100 mil o total de afetados desde o início da época das chuvas.
O Freddy deverá atingir as províncias moçambicanas de Sofala e Inhambane na noite de quinta para sexta-feira e ainda é incerta a força com que a intempérie chegará ao país, mas prevê-se que seja já de intensidade reduzida a tempestade tropical, com chuva muito intensa para sexta-feira e dias seguintes no interior centro-sul de Moçambique.