A América Latina e as Caraíbas concentram apenas 8% da população global, mas respondem por mais de 33% dos homicídios do mundo, segundo um estudo divulgado, esta sexta-feira, pelo Centro de Informação das Nações Unidas no Brasil (UNIC Rio).
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Citando um relatório recente da Organização Mundial da Saúde (OMS), o estudo refere que em 2015 ocorreram cerca de 468 mil homicídios no mundo, e a região das Américas concentrou globalmente as maiores taxas, de 32,9 para cada 100 mil habitantes.
Na América Latina e Caraíbas, o país com maior número de mortes é as Honduras, que regista 85,7 assassínios para cada 100 mil habitantes, seguido por El Salvador (63,2), Venezuela (51,7), Colômbia (48,8) e Belize (37,2).
"O homicídio na América Latina não é monocausal. Não ocorre em função de um só fator de risco", disse Robert Muggah, especialista em segurança e desenvolvimento ao Unic Rio.
"No entanto, alguns fatores se destacam (...) A América Latina tem altas taxas de desigualdade. As cidades são extremamente desiguais, e há forte associação entre desigualdade e violência", completou.
O Brasil aparece em nono lugar da lista, com 30,5 homicídios para cada 100 mil habitantes.
O estudo recorda que em maio, a Comissão Económica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) demonstrou que o ritmo de declínio da desigualdade nos países latino-americanos desacelerou entre 2012 e 2015, facto que contribui para o aumento da violência.
No entanto, existem países de baixo rendimento renda como a Bolívia, por exemplo, que registam altas desigualdades e baixas taxas de homicídio (13,6 a cada 100 mil habitantes, segundo o relatório da OMS).