O desabamento de uma escola na Nigéria causou a morte a 22 alunos, esta sexta-feira. As autoridades realizaram buscas para procurar sobreviventes nso escombros do edifíco que se desmoromou em Plateau, no centro do país.
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Depois da aula da manhã ter terminado, a estudante nigeriana Chidera Denis, de 16 anos, aguardava para se juntar aos colegas para os exames de final de semestre. Os professores agendaram uma série de revisões de última hora. Momentos depois, ficou presa sob os escombros quando o edifício da sua escola desabou repentinamente.
Denis foi uma das sortudas. O colapso da escola Saint Academy, no distrito de Jos North, no estado de Plateau, matou 22 alunos na sexta-feira, com dezenas de outros hospitalizados para tratamento, incluindo um amigo da aluna.
"Ela disse que ia morrer... que se me resgatassem, devia contar à mãe dela", disse Denis à AFP um dia depois do desastre.
“Eu disse-lhe para parar de dizer aquilo, que íamos sobreviver, que Deus é a nossa força”.
A mãe de Chidera, Amaka Denis, cuidava dela numa cama de hospital na manhã deste sábado. Ainda não tinha visto o filho, que também frequentava a escola. “Ainda não vi o irmão dela”, disse à AFP. "Ainda estou à procura"
Um porta-voz da Agência Nacional de Gestão de Emergências (NEMA), Yohanna Audu, disse à AFP no sábado que os esforços de resgate terminaram após o desastre, o mais recente colapso fatal de um edifício na Nigéria.
Audu disse que houve 22 mortes, “todos estudantes”.
A Cruz Vermelha publicou no X no sábado que um professor e um aluno ainda estavam desaparecidos.
“Estive ao lado de alguém que morreu”, disse Chidinma Emmanuel, de 14 anos, à AFP. "Os destroços caíram-lhe na cabeça e mataram-no."
O presidente Bola Ahmed Tinubu descreveu o incidente como uma “grande perda para a nação”.
Um dia depois, 58 pessoas ainda estavam no hospital, enquanto 74 receberam alta, disse o comissário de informação do estado, Musa Ibrahim Ashoms, num comunicado no sábado.
Os desmoronamentos de edifícios são bastante comuns no país mais populoso de África.
O acidente de sexta-feira foi o mais mortífero desde novembro de 2021, quando um arranha-céus em construção no centro comercial de Lagos colapsou e matou pelo menos 45 pessoas, a maioria trabalhadores da construção civil.
A má qualidade do trabalho, a falta de supervisão e a corrupção oficial para contornar as verificações são frequentemente apontadas como as causas dos incidentes.
Ashoms disse que não ficou imediatamente claro o que causou o colapso em Plateau, mas os residentes disseram que ocorreu após três dias de fortes chuvas.
Embora as investigações formais ainda não tenham começado, as autoridades estatais já afirmaram que havia necessidade de reforçar os códigos-tipo de construção. "[O governador Caleb Muftwang] sublinha a necessidade de todos os promotores e proprietários submeterem os seus planos de construção ao Conselho de Desenvolvimento Metropolitano de Jos (JMDB) para verificação e revalidação", disse Ashoms.
O desastre do edifício escolar foi a mais recente tragédia a atingir o Estado de Plateau, que assistiu a uma série de confrontos intercomunitários mortais. Homens armados mataram 40 pessoas em Zurak, uma aldeia mineira a 260 quilómetros a leste de Jos, em maio. E quase 200 pessoas foram mortas no estado em dezembro passado, em ataques a aldeias maioritariamente cristãs.