O lusodescendente Jerome Rodrigues, uma das principais figuras do movimento dos "coletes amarelos", desvendou que "se vão passar muitas coisas em Paris", este sábado, dia de mobilização nacional.
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Na véspera de se completar um ano de intensas e, na maior parte das vezes, violentas ações de protesto paralelamente às marchas dos "coletes amarelos", quer em Paris quer noutras cidades francesas, não é ainda público que locais serão abrangidos este fim de semana pelos ativistas.
"Não posso falar do que se vai passar, mas vão-se passar muitas coisas", disse à agência Lusa Jerome Rodrigues, que ficou sem um olho depois de ter sido atingido por um projétil da Polícia numa manifestação anterior dos "coletes amarelos".
Mais de seis mil confirmaram presença através das redes sociais
Apesar de ter mantido uma presença contínua durante todos os sábados em Paris, o movimento perdeu força e reúne apenas poucas dezenas de pessoas. Mas parece ter voltado a ganhar dimensão nos últimos dias, ao completar-se um ano desde a primeira manifestação: nas redes sociais, mais de seis mil pessoas confirmaram presença em diferentes protestos no sábado e no domingo.
Desde logo, há um novo apelo a um protesto nos Campos Elísios - um dos locais onde as manifestações dos "coletes" estão proibidas -, um protesto autorizado na margem esquerda do rio Sena e até um apelo ao bloqueio da estrada periférica à volta da capital francesa.
Mas Jerome Rodrigues, que participa em vários grupos criados em diversas redes sociais onde estão a ser combinados os protestos, disse que estas podem não ser as únicas movimentações, sublinhando que a "estratégia" para este fim de semana é não avançar muitos detalhes sobre o que vai acontecer.
As autoridades também ainda não desvendaram todas as medidas de segurança aplicadas na cidade, tendo apenas adiantado que, além da interdição de protestos nos Campos Elísios, também estarão proibidos na Assembleia Nacional, no Hotel Matignon (residência do primeiro-ministro), na zona à volta da Torre Eiffel e na Notre Dame.
Várias estações de metro e de comboio estarão fechadas.