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O ator e comediante Volodymyr Zelenskiy terá vencido as eleições na Ucrânia, reunindo 73% dos votos, de acordo com as primeiras previsões assentes em sondagens à boca das urnas.
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É a derrota do presidente Petro Poroshenko, saído da eleição que se seguiu à Revolução de 2014 e ao exílio do então presidente, Viktor Yanukovitch, e à crescente tensão com os pró-russos.
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O humorista e produtor de programas televisivos transforma assim em realidade o papel que o catapultou para a fama, numa série em que era um professor de história que acabou na presidência depois de um aluno divulgar um discurso seu contra a corrupção.
Avesso aos media, Zelenskiy fez a campanha pelas redes e contou com o apoio em massa da juventude, num país varrido por casos de corrupção e por um conflito latente com a Rússia.
"Prometo que jamais vos deixarei cair", declarou perante os seus apoiantes reunidos no quartel-geral da campanha, numa altura em que as sondagens à boca das urnas lhe dão 73% dos votos contra os 25% do seu rival e atual presidente, Petro Poroshenko.
"Uma última coisa: enquanto ainda não sou oficialmente presidente, posso dizer a todos os países do espaço pós-soviético, enquanto cidadão ucraniano: Olhem para nós! Tudo é possível", continuou Zelensky.
Os ucranianos regressaram este domingo às urnas para uma segunda volta das presidenciais disputada por dois candidatos: o ator e humorista Volodymyr Zelensky, que liderou as sondagens após uma vitória clara na primeira volta em 31 de março (30%), face ao Presidente Petro Poroshenko (16%), que tentava a reeleição.
País com 45 milhões de habitantes às portas da União Europeia (UE), a Ucrânia, ex-república soviética, é hoje considerado um dos Estados mais pobres da Europa e a desconfiança face às instituições políticas parece ter contribuído para a eleição de um "candidato atípico".
Poroshenko aceita derrota e mostra-se disponível para apoiar rival
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, aceitou a derrota nas eleições presidenciais, pouco depois de as sondagens à boca das urnas lhe atribuírem apenas um quarto dos votos e mostrou-se disponível para apoiar o seu rival na transição.
"Vou deixar o cargo, mas quero sublinhar firmemente que não vou deixar a política", afirmou Poroshenko.
As sondagens apontam para uma vitória expressiva do candidato rival, o humorista Volodymyr Zelenskiy, que terá conseguido 73,2% dos votos contra 25,3% de Poroshenko.
Zelenskiy interpreta um professor que é eleito presidente da Ucrânia numa série televisiva, mas nunca teve um cargo político.
O presidente da Ucrânia, numa crítica implícita ao humorista, tinha dito anteriormente que o riso podia dar lugar à dor se o seu adversário vencesse a segunda volta.
Depois de votar, Poroshenko disse que "é importante ser guiado pela razão, não por gargalhadas", acrescentando que "ao início pode ser engraçado, mas depois pode ser doloroso".
Salientou a necessidade de "defender as conquistas dos últimos cinco anos", nomeadamente a criação da Igreja Ortodoxa independente da Ucrânia, que defendeu.
