A Comissão Europeia vai pedir aos países membros recursos para uma grande operação de patrulhamento do Mediterrâneo face ao aumento do número de imigrantes clandestinos e para evitar tragédias como a de Lampedusa.
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A comissária europeia dos Assuntos Internos, Cecilia Malmstroem, disse à imprensa, à chegada à reunião dos ministros do Interior dos 28 Estados membros, que vai propor "uma grande operação Frontex de segurança e salvamento no Mediterrâneo, de Chipre até Espanha".
A Frontex é uma agência criada em 2004 pela União Europeia para policiar as fronteiras da União e evitar a entrada de imigrantes ilegais.
Ao longo dos últimos dois anos, a Frontex resgatou 16.000 pessoas do Mediterrâneo, mas o seu orçamento foi reduzido de 118 milhões de euros em 2011 para 90 milhões de euros em 2012 e 85 em 2013, o que faz com que dependa dos recursos -- navios, helicópteros e outros equipamentos -- que os Estados membros disponibilizam.
O naufrágio da semana passada perto de Lampedusa, no qual terão morrido mais de 300 imigrantes ilegais africanos, deverá dominar a reunião de ministros do Interior.
As operações de resgate prosseguiram hoje de manhã nas águas da ilha italiana em busca dos cerca de 200 passageiros da embarcação clandestina que continuam desaparecidos. Até agora, foram recuperados 235 cadáveres.
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, vai visitar o local da tragédia na quarta-feira, acompanhado da comissária Malstroem.
A Itália já tinha pedido ajuda aos parceiros europeus para fazer face ao número crescente de refugiados que chegam às suas costas e quer que a questão de imigração conste da agenda da cimeira europeia prevista para o final deste mês.
Segundo as autoridades, desde janeiro chegaram a Itália mais de 30.000 clandestinos, quatro vezes mais que em todo o ano de 2012, um fardo que deve ser partilhado com os outros países, nomeadamente os mais ricos do norte.