Comissão finaliza nomes de 72 mulheres cientistas que serão inscritos na Torre Eiffel
Uma comissão de especialistas está a finalizar a seleção de 72 mulheres cientistas cujos nomes serão inscritos na Torre Eiffel, ao lado de sábios já homenageados desde a inauguração do monumento mais famoso de Paris, em 1889.
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A pedido da presidente da Câmara, Anne Hidalgo, a autarquia publicou na sexta-feira um relatório onde especificam que a inscrição será colocada numa segunda faixa decorativa, localizada logo acima da atual, com o mesmo formato, com letras douradas de 60 centímetros visíveis do exterior.
Os quinze especialistas em ciência, património e história que compõem a comissão observaram no documento que procuram equilibrar a representação de homens e mulheres neste "panteão científico" concebido por Gustave Eiffel e destacar os contributos das mulheres para a ciência.
A comissão realizou oito reuniões de trabalho entre maio e agosto para definir os critérios de seleção, sendo replicados os de 1889, ou seja, cientistas já falecidas, sobretudo de nacionalidade francesa e com nomes até doze letras.
As selecionadas devem ter feito contribuições decisivas em disciplinas que vão desde a matemática e a física a áreas mais recentes, como a climatologia e a ciência da computação.
A inclusão ocasional de investigadoras estrangeiras com ligações a França também é considerada.
A associação "Mulheres e Ciências" é responsável pela coordenação da recolha de propostas, em colaboração com organizações como o Centro Nacional Francês de Investigação Científica (CNRS), o Instituto Nacional de Saúde e Investigação Médica (Inserm) e a Comissão de Energia Atómica e Energias Alternativas (CEA).
A lista final de 72 nomes será apresentada antes do final de 2025, após validação pelas academias científicas nacionais.
O relatório recomenda ainda que a faixa decorativa seja acompanhada por projetos de mediação cultural na própria Torre Eiffel e em centros educativos, para divulgar o percurso dos cientistas selecionados e fomentar a carreira junto dos jovens.
Com esta iniciativa, Paris pretende completar a homenagem concebida por Gustave Eiffel e atualizar o seu simbolismo: de um ícone do progresso técnico no século XIX a um emblema contemporâneo de igualdade e reconhecimento das mulheres na ciência.