O Conselho Mundial de Comunidades Muçulmanas e organizações muçulmanas do Sri Lanka condenaram os ataques a hotéis e igrejas do país que provocaram mais de 200 mortos.
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Num comunicado divulgado no seu site, o Conselho Mundial de Comunidades Muçulmanas condena "os ataques terroristas que violaram a santidade dos templos e causaram a morte de pessoas completamente inocentes" e pede que "os ataques cobardes não ponham em causa a estabilidade e coexistência pacífica exemplar do Sri Lanka".
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O Conselho expressa ainda as suas condolências ao povo do Sri Lanka e reitera a confiança nos esforços do governo para "prender os perpetuadores e levá-los à justiça".
O Conselho Muçulmano do Sri Lanka também lamentou a perda de inocentes nas explosões dos extremistas que tentam fomentar a divisão entre grupos religiosos e étnicos.
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O All Ceylon Jammiyyathul Ulama, uma organização de clérigos muçulmanos, considerou inaceitável o ataque aos lugares de culto cristãos.
A maior instituição do islamismo, a Universidade de Al-Azhar, condenou os ataques lembrando que o "instinto" dos "terroristas contradiz os preceitos de todas as religiões".
O instinto desses terroristas contradiz os preceitos de todas as religiões
"Não consigo imaginar que um ser humano possa atingir pessoas pacíficas no seu dia de comemoração", afirmou o grande imã de Al-Azhar, o xeque Ahmed al-Tayeb, através de uma mensagem na rede social Twitter, referindo-se às explosões em hotéis e igrejas, onde católicos celebravam a missa pascal.
"O instinto desses terroristas contradiz os preceitos de todas as religiões", acrescentou Ahmed al-Tayed.
A Universidade egípcia de Al-Azhar tem vindo a denunciar os movimentos jiadistas e tem defendido publicamente um discurso de abertura, especialmente para com os cristãos.
Alguns intelectuais, no entanto, têm acusado as escolas de Al-Azhar de alimentar o fundamentalismo e a intolerância.
Também o Centro Cultural Islâmico de Madrid condenou "energicamente" os atentados ocorridos no Sri Lanka. "Semear o pânico entre as pessoas, assassinar pessoas inocentes, atacar os locais de culto... tudo isso constitui um ato criminoso que todo o mundo condena e rejeita", afirma o Centro Cultural Islâmico em comunicado citado pela agência espanhola EFE.
Na mesma mensagem, o Centro expressa a sua solidariedade "com todas as instituições do Sri Lanka" e envia as suas "sinceras condolências" aos parentes de todas as vítimas.
Os muçulmanos representam cerca de 10% dos 23 milhões de habitantes do Sri Lanka.
Ninguém reivindicou até ao momento a responsabilidade pelo que autoridades do Sri Lanka descreveram como um ataque terrorista motivado por extremismo religioso.
O ministério dos Negócios Estrangeiros cingalês já confirmou a nacionalidade de 11 estrangeiros que morreram nos atentados, entre os quais um português, três indianos, dois turcos, três britânicos e dois com nacionalidade britânica e norte-americana. O governo holandês indicou também que existe um cidadão deste país entre os mortos. Os media chineses reportaram também a existência de uma vítima mortal da China.