As negociações de paz para o Médio Oriente foram ontem retomadas. Netanyahu afirmou a Abbas que serão necessárias “concessões” de ambos para se chegar a um acordo no prazo de um ano. Ambos concordaram voltar a negociar cara a cara dias nos 14 e 15.
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A chefe da diplomacia norte-americana, Hillary Clinton, abriu, ontem, formalmente as primeiras negociações directas entre israelitas e palestinianos em quase dois anos, pedindo às partes que façam os compromissos necessários para um acordo de paz.
“Seremos um parceiro activo e persistente. Mas não podemos, nem vamos, impor uma solução. Só vocês podem tomar as decisões necessárias para se alcançar um acordo e assegurar um futuro em paz para os povos israelita e palestiniano”, disse Clinton.
Numa cerimónia realizada no Departamento de Estado, em Washington, a secretária de Estado norte-americana afirmou que os Estados Unidos estão empenhados em conseguir um compromisso no prazo de um ano, mas que a maior parte do trabalho cabe ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e ao presidente palestiniano, Mahmud Abbas. Ambos afirmaram o seu empenho em chegar a um acordo e ultrapassar décadas de hostilidade e suspeição.
“Não vai ser fácil. Uma paz verdadeira, uma paz duradoura, só pode ser alcançada através de concessões mútuas e dolorosas de ambas as partes”, disse Netanyahu, acrescentando a necessidade do “reconhecimento de Israel como o Estado-nação do povo judeu”.
“Sabemos bem como são difíceis as barreiras e os obstáculos que enfrentamos nestas negociações”, disse Abbas, repetindo a importância de Israel “cessar completamente a colonização e o embargo à Faixa de Gaza”.
As negociações de ontem são as primeiras desde que os últimos esforços de paz fracassaram, devido à ofensiva militar israelita contra a Faixa de Gaza de Dezembro de 2008 e Janeiro de 2009.
O contexto actual é, contudo, ainda de grande tensão, acentuada com os ataques anti-israelitas dos últimos dias na Cisjordânia e com a persistência da colonização israelita. Entretanto, o porta-voz do Hamas na Faixa de Gaza declarou que Mahmoud Abbas não tem direito de falar em nome dos palestinos e que o grupo vai continuar com os atentados.