O presidente mexicano, que abandona o cargo no sábado, decidiu condecorar Jared Kushner, genro do seu homólogo norte-americano Donald Trump, com a mais alta condecoração mexicana para estrangeiros, suscitando violentas críticas no país.
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Numa nota, o departamento de relações externas do ministério dos Negócios Estrangeiros justifica a condecoração de Kushner com a Ordem da Águia Azteca - que deverá ser entregue hoje pelo Presidente mexicano Enrique Peña Nieto à margem da cimeira do G20, que decorre hoje e sábado em Buenos Aires - pelo seu envolvimento na renegociação do novo acordo comercial assinado hoje em Buenos Aires entre o México, EUA e Canadá, que substitui o acordo de livre comércio NAFTA.
O anúncio desta condecoração suscitou uma vaga de duras críticas no México, na sequência dos frequentes insultos de Donald Trump face aos mexicanos e ao plano de erguer um sofisticado muro na fronteira entre os dois países.
O historiador mexicano Enrique Krauze considerou a atribuição desta condecoração a Kushner um "ato de suprema humilhação e cobardia".
Kushner referiu, entretanto, que as relações EUA-México melhoraram pelo facto de os dois países terem optado por soluções "ganhadoras" em áreas como as migrações, tráfico de droga e outros temas sensíveis das relações bilaterais.
Peña Nieto, que no sábado termina um mandato de seis anos marcado por numerosas polémicas relacionadas com corrupção e um recrudescimento das violências em torno do narcotráfico e da repressão de movimentos de protesto sociais.
A partir deste sábado, a Presidência do México é assumida por Andrés Manuel López Obrador, proveniente da esquerda mexicana e vencedor destacado as eleições gerais e presidenciais de 1 de julho de 2018.
Jared Kushner, 37 anos, de origem judaica e casado com Ivanka, filha de Donald Trump, é um dos principais e mais influentes conselheiros do presidente dos EUA.